Risco de cÃncer utilizado como estratÃgia de governamentalidade no Programa de PolÃticas e AÃÃes para PrevenÃÃo do CÃncer no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/08/2011

RESUMO

As aÃÃes implementadas pelo governo na gestÃo do cÃncer vem constituindo esta doenÃa como risco, posicionando todas as pessoas na fronteira entre a saÃde e a doenÃa, de forma a estimular a adesÃo a determinados modos de existÃncia de ser saudÃvel. Mas nem sempre os discursos oficiais dirigidos à populaÃÃo fizeram uso da estratÃgia discursiva atual, que articula diversos atores sociais na busca da saÃde, por meio do dispositivo do risco. Neste trabalho, procuramos compreender as condiÃÃes que possibilitaram esse discurso se constituir numa estratÃgia global de combate à doenÃa, passando a ser inscrita nas prÃticas biopolÃticas do Ocidente na contemporaneidade. Com base no referencial teÃrico-metodolÃgico foucaultiano, essa pesquisa tem o objetivo de analisar a constituiÃÃo do discurso de cÃncer como risco, visando discutir as particularidades histÃricas e culturais dessa construÃÃo discursiva e seus diferentes usos e efeitos ao organizar, regular e governar a vida social. TambÃm buscamos entender a relaÃÃo entre a polÃtica de prevenÃÃo de cÃncer no Brasil e as polÃticas globais de saÃde, na medida em que a gestÃo contemporÃnea da saÃde se articula com um projeto transnacional de ressignificaÃÃo sanitÃria que constrÃi uma agenda governamental a ser adotada pelos paÃses. E por fim, para contextualizar os discursos que promovem e sustentam o cÃncer como risco, analisamos a versÃo brasileira do documento lanÃado pelo WCRF/AICR em 2009 denominado âPolÃticas e AÃÃes para PrevenÃÃo do CÃncer no Brasil: alimentaÃÃo, nutriÃÃo e atividade fÃsicaâ, de forma a entender os procedimentos do poder que possibilitam o controle dos estilos de vida da populaÃÃo em termos de estratÃgias e tÃticas. Esse estudo nos aponta para a elaboraÃÃo de uma agenda de saÃde que alinha os interesses polÃticos Ãs aspiraÃÃes individuais em termos de saÃde e longevidade, de forma que o discurso de cÃncer instituÃdo funciona para o exercÃcio do poder polÃtico. Constitui, portanto, uma tecnologia de atenÃÃo/cuidado com a vida, tendo o efeito de fomentar uma sociedade higiÃnica.

ASSUNTO(S)

psicologia social discurso de cÃncer dispositivo risco biopolÃtica saÃde discourse of cancer device risk biopolitics health cÃncer â fatores de risco â brasil cÃncer - prevenÃÃo â polÃtica governamental â brasil biopolÃtica anÃlise do discurso narrativo

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