Representação e prática dos assistentes sociais que atuam nas escolas Salesianas Paulistas: sujeitos coletivos que se forjam na identificação do projeto profissional

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta dissertação é resultado de uma pesquisa qualitativa realizada junto a Assistentes Sociais que trabalham em escolas filantrópicas vinculadas à Congregação Salesiana, mantidas pelas Filhas de Maria Auxiliadora e ligadas à Inspetoria Santa Catarina de Sena - circunscrita no Estado de São Paulo. O objeto desta pesquisa centra-se nas representações que os Assistentes Sociais elaboram sobre a prática do Serviço Social nestas escolas, expressando os desafios que se colocam à profissão frente às demandas e às situações que irrompem no cotidiano escolar, tendo como eixo de análise o exercício profissional mediado pelo projeto ético-político da profissão. Para a sua construção, utilizou-se a metodologia de História Oral, um dos recursos privilegiados para o conhecimento da realidade social, com uma abordagem que se projeta para as experiências, as representações e significados atribuídos pelos sujeitos em suas vivências. As análises foram fundamentadas em pensadores vinculados à tradição marxista; utilizando-se, portanto, referenciais teórico-metodológicos que ajudaram a apreender o processo histórico como movimento acionado pelas contradições presentes. Ao buscar as representações sociais, ou seja, pensamentos, sentimentos e ações que expressassem a realidade vivida pelos Assistentes Sociais, sujeitos desta pesquisa, percebeu-se que existem determinantes sócio-históricos que constituem tais representações, o que implica reconhecer que elas não estão soltas e nem despregadas de um contexto, mas presentes nele. Como um texto, produto de um conhecimento forjado por várias vozes, esta pesquisa traz o sujeito para dentro da narrativa, ou seja, o narrador é agora uma das personagens e o contar da história é parte da história que está sendo contada. (PORTELLI, 1997c, p. 38). E o seu contar indica dimensões valiosas a serem consideradas, como a necessidade de ampliar o espaço de intervenção do Serviço Social nestas escolas, para que este não fique restrito a determinados programas e atividades burocráticas, objetivando superar práticas focalizadas e pontuais que, por vezes, persistem. Fica também evidente em seus depoimentos que a organização escolar permanece centrada em algumas práticas ainda de sua origem, operando com identidades que há muito lhe foram atribuídas; ao mesmo tempo, os depoimentos manifestam o desejo de que estas possam ser superadas, sintonizando-se com o momento histórico. Em vista disso, destacam a importância de examinar a Educação e a Assistência Social como um direito social e incondicional. Reconhecem diante das demandas e desafios que emergem no cotidiano escolar a necessidade do trabalho interdisciplinar e sugerem propostas fecundas, como o envolvimento da escola com a comunidade, com a família, com os alunos e o desenvolvimento de projetos sócio-preventivos junto a estes. Constituindo-se um espaço qualificado para intervir com as questões sociais presentes no cotidiano escolar, o Serviço Social aponta os direitos sociais como foco do seu trabalho, como bandeira de luta e horizonte profissional. Implícita nos depoimentos dos Assistentes Sociais aparece a necessidade de repensar as concepções educativas e pedagógicas e a possibilidade de se construírem novas práticas, novas identidades e re-criar o cotidiano profissional. Eis o desafio!

ASSUNTO(S)

representacao social social work servico social salesianos -- educacao assistentes sociais -- pratica profissional social representation education representações sociais educação

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