Raquianestesia com a mistura enantiomérica de bupivacaína a 0,5% isobárica (S75-R25) em crianças com idades de 1 a 5 anos para cirurgia ambulatorial
AUTOR(ES)
Imbelloni, Luiz Eduardo, Vieira, Eneida Maria, Beato, Lúcia, Sperni, Francine
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-06
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A bupivacaína comercialmente utilizada apresenta-se como mistura racêmica RS(±) bupivacaína. Embora o enantiômero levógiro S(-), levobupivacaína, seja menos tóxico para o sistema nervoso central e cardiovascular do que a R(+) bupivacaína, sua relativa eficácia ainda não foi determinada na raquianestesia em crianças. O objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar a mistura enantiomérica de bupivacaína S75-R25 em 40 crianças, com idades entre 1 e 5 anos. MÉTODO: Participaram do estudo prospectivo 40 crianças com idades entre 1 e 5 anos, submetidas à raquianestesia com mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% isobárica na dose de 0,5 mg.kg-1. Foram avaliados os seguintes parâmetros: latência da analgesia, bloqueio motor, duração dos efeitos, dispersão cefálica da analgesia, alterações cardiovasculares, cefaléia e sintomas neurológicos transitórios. RESULTADOS: O tempo de latência foi de 2,29 ± 0,64 min. A duração da analgesia foi de 4,13 ± 0,89 h. O tempo de deambulação foi de 3,50 ± 0,81 h. O tempo de permanência na SRPA foi de 43,80 ± 31,34 min. A duração do bloqueio motor foi de 1,89 ± 0,78 h. O nível sensitivo de bloqueio variou entre T9 e T4 (Moda=T6). O início do bloqueio motor foi menor que dois minutos em todas as crianças. Todos apresentaram bloqueio motor grau 3 (escala modificada de Bromage) no início da cirurgia. Mais de 55% dos pacientes apresentaram bloqueio motor 1 ou ausência de bloqueio no final da cirurgia. Não foi observada dessaturação ou hipotensão arterial. Bradicardia foi observada em um paciente. Ocorreram duas falhas. Cefaléia e SNT não foram observados. CONCLUSÕES: A mistura enantiomérica da bupivacaína (S75-R25) a 0,5% isobárica produz uma anestesia segura em pacientes de 1 a 5 anos em regime ambulatorial, com alto índice de sucesso, bloqueio motor de curta duração de ação, relativa baixa incidência de efeitos colaterais e a um custo menor. Cefaléia pós-punção parece ser rara em pacientes abaixo de 5 anos quando se utilizam agulhas de fino calibre. Nossos resultados mostraram que a raquianestesia é segura e facilmente realizável em crianças de 1 a 5 anos em regime ambulatorial.
ASSUNTO(S)
anestÉsicos tÉcnicas anestÉsicas
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