Processo hidrotermico para gelatinização do arroz : papel da α-amilase bacteriana

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1979

RESUMO

Desenvolveu-se um processo hidrotérmico para obtenção de farinha pré-gelatinizada a partir de quirera de arroz, matéria prima de baixo custo e características físico-químicas semelhantes ao arroz polido, obtida por ocasião do beneficia mento comercial do arroz. Diversas variáveis que afetam o grau de gelatinização dos produtos foram estudadas, de maneira a se estabelecer as condições mais favoráveis ao processo. O emprego de α-amilase de origem bacteriana, termoestável, como agente gelatinizante foi também objeto de estudo. 0 conteúdo de umidade foi elevado macerando-se as amostras em excesso de água a 25°C e 50°C até que o equilíbrio fosse atingido. Após a. maceração, as amostras drenadas foram tratadas com vapor a 98°C e 118°C por períodos de tempo variáveis entre 1 e 30 minutos. A influência da concentração de α-amilase e de seu tempo de reação foram estudadas incorporando-se quantidades variáveis de enzima à água de maceração e submetendo-se as amostras drena¬das a períodos variáveis de aquecimento a 85-90°C, imediatamente antes do tratamento com vapor por 1 minuto a 118°C Após o tratamento térmico as amostras eram secas e moídas. O grau de gelatinização dos produtos foi avaliado através das características de viscosidade das suspensões de farinha e de suas características de solubilidade e absorção de água. Mas amostras tratadas com enzima avaliou-se também o conteúdo de açúcares redutores e totais. A quirera de arroz hidrata-se sem dificuldade, atingindo a umidade de equilíbrio (30%) após 30 minutos de maceração a 25°C; amostras maceradas a 50°C atingem o mesmo valor em apenas 10 minutos, O tratamento térmico por 1 minuto a 118°C mostrou-se adequado para causar a gelatinização da quirera de arroz, enquanto tempos de exposição de 30 minutos não causaram modificações adicionais relevantes nas características dos produtos. Produtos finais de variáveis graus de gelatinização po¬dem ser obtidos através do emprego de α-amilase termoestável de origem bacteriana. As características dos produtos finais dependem da concentração de enzima utilizada e do tempo de reação. Em certas condições de processo (6,5 UAB/g por 30 minutos) é possível atingir-se a completa gelatinização e mesmo a dextrinização das amostras, O processo hidrotérmico desenvolvido mostrou-se eficiente para a produção de quirera pré-gelatinizada de arroz e utiliza somente equipamentos simples e de baixo custo. O emprego conjugado de α-amilase bacteriana não afetou a simplicidade do processo, contribuindo para maior flexibilidade do mesmo.

ASSUNTO(S)

tecnologia de alimentos arroz - processamento amido

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