Predizendo risco de fibrilação atrial após cirurgia cardíaca valvar: avaliação de escore de risco brasileiro

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-03

RESUMO

OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a aplicabilidade de um escore brasileiro na predição de fibrilação atrial (FA) pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca valvar na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE (Recife, PE, Brasil). MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 491 pacientes consecutivos operados entre maio/2007 e dezembro/2010. Os registros continham todas as informações utilizadas para calcular a pontuação. O desfecho de interesse foi FA. Calculamos associação de fatores do escore com FA (análise univariada e análise de regressão logística multivariada), e associação de classes de risco do escore com FA. RESULTADOS: A incidência de FA foi de 31,2%. Na análise multivariada, as quatro variáveis do escore foram preditores de FA pós-operatória: idade> 70 anos (OR 6,82; IC95% 3,34-14,10; P<0,001), doença valvular mitral (OR 3,18; IC95% 1,83-5,20; P<0,001), sem uso de beta-bloqueador ou interrupção de seu uso no pós-operatório (OR 1,63; IC95% 1,05-2,51; P=0,028), balanço hídrico total >1500 ml nas primeiras 24 horas (OR 1,92; IC95% 1,28-2,88; P=0,002). Observamos que, quanto maior a classe de risco do paciente (baixa, média, alta, muito alta), maior é a incidência de FA pós-operatória (4,2%; 18,1%; 30,8%; 49,2%), mostrando que o modelo parece ser um bom preditor de risco de FA pósoperatória, em uma associação estatisticamente significativa (P<0,001). CONCLUSÕES: O escore brasileiro revelou-se um índice simples e objetivo, revelando-se um preditor satisfatório de desenvolvimento de FA pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca valvar em nossa instituição.

ASSUNTO(S)

fibrilação atrial doenças das valvas cardíacas período pós-operatório

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