Postate cancer : study of tumoral extension in radical prostatectomies / Cancer de prostata : estudo da extensão tumoral em prostatectominas radicais

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

No estadiamento TNM 1997, os tumores de próstata órgão-confinados eram subdivididos em dois grupos: pT2a (unilaterais) e pT2b (bilaterais). Em 2002, o sistema TNM reclassificou os tumores em três grupos: pT2a (envolvimento de menos da metade de um lobo), pT2b (mais da metade de um lobo), e pT2c (envolvimento bilateral). Estudos recentes questionam a verdadeira existência de tumores pT2b, assim como diferenças relacionadas à progressão bioquímica pós-prostatectomia radical entre os estádios pT2a e pT2c. Os objetivos deste trabalho são: avaliar a extensão tumoral em espécimes de prostatectomia radical, relacionando-a com graduação histológica de Gleason, comprometimento de margens cirúrgicas, estádio clínico e patológico, PSA pré-operatório e tempo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical; comparar tumores localizados com comprometimento bilateral (T2c) com tumores órgão-confinados com comprometimento unilateral (pT2a) quanto aos mesmos parâmetros e verificar a existência real do estádio patológico pT2b. Foram estudados 230 homens submetidos à prostatectomia radical no período de janeiro de 1997 a julho de 2005 na Universidade Estadual de Campinas. Os espécimes cirúrgicos foram totalmente incluídos para exame histológico. A extensão tumoral foi avaliada utilizando-se um sistema de contagem de pontos. Os espécimes cirúrgicos foram estadiados segundo os critérios do TNM 2002. Os valores séricos de PSA ? 0,4 ng/ml foram considerados como progressão bioquímica tumoral. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando-se o teste de Mann-Whitney para comparação de amostras independentes e o teste exato de Fisher para avaliação de diferenças entre proporções. Foram considerados significantes os valores de p ? 0,05. Para avaliação do tempo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical utilizou-se o produto limite de Kaplan-Meier. Utilizando os critérios TNM 2002, 29 pacientes (12,7%) eram pT2a; 139 (61,3%) eram pT2c; 30 (13,7%) eram pT3a e 28 (12,3%) eram pT3b. O mínimo e o máximo de pontos totais obtidos em tumores que envolviam apenas um lobo prostático foi de 192 e de 368 pontos, respectivamente; o maior tumor unilateral mostrou 68 pontos positivos (menos da metade do valor mínimo de pontos totais). Não foi constado nenhum caso onde a neoplasia prostática comprometesse mais da metade de um lobo, sem envolver o lobo contralateral (pT2b). A extensão tumoral apresentou relação significante e direta com PSA pré-operatório, graduação histológica de Gleason, margens cirúrgicas positivas e estádios clínico e patológico, mas não com o tempo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical. Não houve diferenças entre os pacientes com estádios pT2a e pT2c com relação ao PSA pré-operatório, contagem final de Gleason e tempo de progressão bioquímica, com exceção do comprometimento das margens cirúrgicas. Há relação da extensão tumoral em espécimes cirúrgicos de prostatectomia radical com PSA pré-operatório, graduação histológica de Gleason, margens cirúrgicas positivas e estádio patológico. A extensão tumoral isoladamente não parece influenciar o tempo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical. Este estudo questiona a real existência do estádio pT2b (tumores unilaterais que ocupam mais da metade de um lobo). Não há diferenças significativas quanto ao tempo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical entre os estádios patológicos pT2a e pT2c. Esses achados apóiam autores que defendem a não subdivisão do estádio pT2.

ASSUNTO(S)

prostate prostata prostatectomy prostatectomia

Documentos Relacionados