Adenocarcinoma da próstata : estudo de fatores clinicopatológicos preditivos de progressão bioquímica (PSA) pós-prostatectomia radical / Prostate adenocarcinoma : study predictive clinicopathological factors of biochemical progression (PSA) after radical prostatectomy

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O adenocarcinoma de próstata é a segunda neoplasia maligna que afeta homens, sendo precedida somente pelo cancer de pele. A prostatectomia radical continua sendo a mais aceita estratégia terapêutica para os casos confinado a próstata. Alguns achados clinicopatológicos em pacientes submetidos a prostatectomia radical são controvertidos como tendo valor preditivo de progressão bioquímica pós-cirurgia. O monitoramento da progressão da moléstia pós-prostatectomia radical é feito através de dosagem do PSA sérico cujo aumento pode significar recidiva local e/ou metástases. O valor de corte do PSA sérico indicando progressão é variável entre os autores. Há uma recomendação recente da Associação Americana de Urologia para que este valor seja ?0,2ng/mL com um segundo valor >0,2ng/mL. Não está estabelecido se pacientes mais jovens ou de raça negra mostram taxa de recidiva bioquímica maior. O PSA pré-operatório é um dado de grande importância preditiva, mas não está estabelecido a validade da estratificação dos valores em 3 categorias: 4-10ng/mL, 10-20ng/mL e >20ng/mL. Margens cirúrgicas comprometidas no espécime cirúrgico estão na categoria I (valor preditivo comprovado). É controvertido se a contagem final de Gleason 3+4=7 é semelhante ou não a 4+3=7 como fator preditivo de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical. O estudo foi retrospectivo e os dados foram coletados dos prontuários médicos de 300 pacientes submetidos consecutivamente à prostatectomia radical no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, no período de janeiro de 1997 a maio de 2007. O objetivo principal do trabalho foi avaliar a progressão bioquímica (PSA) pós prostatectomia radical de acordo com: raça, idade, margens cirúrgicas comprometidas, invasão microscópica do colo vesical, contagem final de Gleason, extensão do tumor, estádio patológico e PSA pré-operatório. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente utilizando-se o teste de Mann-Whitney, o produto limite de Kaplan-Meier utilizando-se o teste do log-rank para comparação entre os grupos e o método de Cox para avaliar risco do tempo de progressão bioquímica (PSA) pós-prostatectomia radical. O nível de significância considerado para rejeição da hipótese nula foi p<0,05 bicaudal. Os resultados mais importantes neste trabalho foram: diferença estatisticamente significante quanto ao tempo de progressão bioquímica de pacientes com PSA pré-operatório ?10ng/mL, margens cirúrgicas comprometidas, invasão microscópica do colo vesical, Gleason 4+3=7, tumores mais extensos e tumores não confinados à próstata. Não houve associação da idade e raça com progressão bioquímica. Em análise univariada, os fatores preditivos significantes do tempo e risco de progressão pós-prostatectomia radical foram o PSA pré-operatório, as margens cirúrgicas positivas, a invasão das vesículas seminais, a invasão microscópica do colo vesical e o Gleason 4+3=7. Em análise multivariada, somente PSA pré-operatório, margens positivas e invasão das vesículas seminais mostraram-se fatores preditivos independentes do tempo e risco de progressão bioquímica pós-prostatectomia radical

ASSUNTO(S)

adenocarcinoma prostata prostatectomia prostate adenocarcinoma prostatectomy

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