Telas depolipropileno revestidas por quitosana/polietilenoglicol na ocorrência de aderências peritoniais: Estudo experimental em ratas / Polypropylene meshes coated by chitosan/polyethyelene glycol in event of peritoneal adhesions: experimental study in females rats

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2011

RESUMO

As aderências peritoniais possuem grande importância na prática clínico-cirúrgica pela possibilidade de causarem sequelas como dor abdominal crônica, infertilidade e obstrução intestinal, portanto a prevenção do desenvolvimento deste processo torna-se um desafio para os cirurgiões. Devido às propriedades de biocompatibilidade, bioabsorção, cicatrizante e antimicrobiana, a quitosana é um polímero que tem despertado interesse no estudo da prevenção de aderências peritoniais. O objetivo com esta pesquisa foi verificar se o implante intraperitonial de telas de polipropileno revestidas com o filme de quitosana/polietilenoglicol é eficiente na prevenção de aderências em ratos com defeitos abdominais induzidos, além de caracterizar as reações teciduais nas fases aguda e crônica do processo de inflamação e reparo tecidual desencadeadas por este biomaterial, e a tela de polipropileno sem revestimento. Foram realizados defeitos na parede abdominal de aproximadamente 1cm, tendo como referência anatômica a aponeurose das fáscias externas dos músculos reto abdominal e oblíquo abdominal externo, seguida da implantação de telas de polipropileno revestidas com quitosana/polietilenoglicol (Grupo QP, n=12) e telas de polipropileno sem revestimento (Grupo PP, n=12). Seis animais de cada grupo foram submetidos à eutanásia aos quatro e 45 dias após o implante, e foram avaliadas a área de envolvimento da tela pela aderência, o tipo de aderência, o processo de inflamação e reparo tecidual, além da quantificação e tipificação de fibras colágenas. A média das telas envolvidas pelas aderências no grupo QP foi de 39,088% e de 84,024% no grupo PP e a estrutura abdominal envolvida nas aderências no grupo QP geralmente consistiam pelo omento ao redor do implante, no grupo PP, as aderências geralmente estavam na superfície da tela. Após quatro dias do procedimento cirúrgico, a quantidade de células mononucleares foi menor no grupo QP, porém a quantidade de células polimorfonucleares, fibrina e fibras colágenas estavam em maior quantidade nesse grupo, além desta última variável apresentar melhor organização espacial. Após 45 dias da implantação dos biomateriais, houve a redução na quantidade de células inflamatórias, e a organização espacial das fibras colágenas no grupo QP foi permaneceu acentuada. Conclui-se que as telas revestidas com o filme à base de quitosana/polietilenoglicol não preveniram a formação de aderências, porém minimizaram significativamente a gravidade deste processo. Na fase aguda do processo de inflamação e reparo tecidual, a reação de corpo estranho foi menos intensa no grupo que recebeu a tela de polipropileno com revestimento, porém as reações teciduais provocadas pelos biomateriais analisados foram similares na fase crônica. A tela revestida com o filme a base de quitosana/polietilenoglicol estimulou a maior produção e melhor orientação de fibras colágenas tipo I na fase aguda do processo de inflamação e reparação tecidual, e melhor orientação de fibras colágenas na fase crônica deste processo.

ASSUNTO(S)

biomateriais implante parede abdominal reação de corpo estranho sistema de barreira clinica e cirurgia animal abdominal wall barrier system biomaterials foreign body reaction implants

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