Perceptions, knowledge and attitudes of health professionals and mothers about risk factors and prevention of mental retardation / Percepção, conhecimento e atitude de profissionais de saude e de mães sobre fatores de risco e prevenção do retardo mental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Foi realizado um estudo de levantamento, para averiguar o perfil do atendimento preventivo para retardo mental (RM) na rede de atenção primária do município de Maringá, Paraná. Aplicou-se um questionário a 90 médicos, compreendendo pediatras, ginecologistas-obstetras, clínicos gerais e médicos do Programa de Saúde da Família, e a 66 enfermeiros que trabalham na rede municipal de saúde, e uma entrevista estruturada a 100 mães residentes no município, escolhidas aleatoriamente, a partir do cadastro de nascidos-vivos do ano de 2003. A coleta de dados entre os profissionais de saúde foi realizada no período de agosto a dezembro de 2003 e a entrevista com as mães, entre junho e outubro do mesmo ano. Os dados dos profissionais de saúde foram analisados pela comparação das respostas entre médicos e enfermeiros e entre as especialidades dos médicos. Para o grupo das mães, os dados foram analisados pela comparação do grupo que fez o pré-natal na rede pública com o atendido na rede privada. As variáveis qualitativas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado e as quantitativas pelo teste t de Student. Os resultados demonstraram que 69,7% dos médicos e 78,8% dos enfermeiros desconhecem a prevalência do RM (p= 0,011); 63,3% dos médicos e 65,2% dos enfermeiros não sabem qual é a fração de RM evitável (p= 0,764); 16,5% dos médicos e 45,6% dos enfermeiros não têm segurança para orientar sobre o efeito teratogênico do etanol (p= 0,001); 45,7% e 80,3% dos médicos, 77,2% e 96,4% dos enfermeiros não se sentem seguros para orientar sobre a translucência nucal e sobre o teste triplo, respectivamente (p= 0,001 e p= 0,053). Comparando as respostas dos médicos, os pediatras (71,4%) e os clínicos gerais (54,8%) demonstraram maior insegurança para orientar quanto aos efeitos teratogênicos do misoprostol do que os ginecologistas obstetras (11,8%) e sobre as técnicas de diagnóstico pré-natal. Entre as mães, 65% não planejaram a gravidez; a maioria não foi questionada sobre história familial de retardo mental (70%) ou sobre consangüinidade (84%); a maioria desconhece diagnóstico pré-natal (83%) e aconselhamento genético (92%), e 46% desconhecem a associação entre idade materna e risco aumentado de filho com síndrome de Down. Conclui-se que a busca de situações de risco, no que se refere à exposição a fatores deletérios do ambiente e a antecedentes familiais relevantes, não está sendo feita na prática e que a maior parte das mães desconhece informações básicas sobre fatores de risco comuns para RM. Portanto, é necessário que sejam adotadas medidas de educação em genética para que os profissionais de saúde passem a reconhecer a importância dos fatores de risco e da história familial na identificação e prevenção do RM, incluindo a busca desse tipo de informação à sua prática rotineira; sejam desenvolvidos programas educacionais sobre fatores de risco e meios de prevenção dessa condição, no âmbito da saúde pública, de fácil compreensão e incorporação pela população geral, bem como a disponibilização de material de orientação para o manejo dos pacientes com problemas genéticos, incluindo RM e/ou defeitos congênitos

ASSUNTO(S)

genetica medica mental retardation saude publica prevenção primaria public health primary prevention retardo mental medical genetics

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