Perceptions, Attitudes, and Teaching about Death and Dying in the Medical School of the Federal University of Acre, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2019

RESUMO

RESUMO Entre os vários tabus da sociedade ocidental contemporânea, a morte figura como um dos principais. É assunto interdito e evitado. Se no passado ela era um evento público e doméstico, hoje se encontra oculta nos hospitais, que, por outro lado, estão abarrotados de profissionais despreparados para lidar com as questões relativas ao fim da vida, reflexo de uma formação excessivamente tecnicista e pouco humanística, que privilegia o curar em detrimento do cuidar. Dessa forma, parece que o estudante de Medicina é ensinado a trabalhar contra a morte e não com a morte. Nesse contexto, buscou-se traçar o perfil de atitudes dos estudantes concluintes do curso de Medicina da Ufac perante a morte e avaliar como esse curso tem preparado os estudantes para lidar com assuntos referentes à morte e ao morrer, considerando a percepção dos próprios discentes. Foram utilizadas metodologias quanti e qualitativas, com aplicação de dois instrumentos para a coleta de dados: um questionário para a coleta de dados sociodemográficos e acadêmicos e sobre o ensino da morte, e outro para a definição do perfil de atitudes perante a morte (Eapam-R). As variáveis de estudo foram analisadas de forma descritiva, com frequência e médias, e correlacionadas entre si para inferência das hipóteses. O discurso dos estudantes também foi considerado para análise e discussão dos resultados com base em comentários escritos sobre as respostas a um dos questionários. Verificou-se que a postura dos estudantes perante a morte foi caracterizada por uma visão da morte como algo natural (aceitação neutral), ao mesmo tempo em que o imaginário sobre a morte estava permeado de sentimentos conflitantes; que a maioria dos estudantes havia vivenciado situações de morte de um paciente ao longo do curso (75,8%), porém poucos receberam orientação nessas situações (80%); que a abordagem sobre a morte esteve concentrada em disciplinas de caráter humanístico, tendo contribuído pouco para gerar reflexão e desenvolver habilidades para manejo das situações de morte. Conclui-se que o ensino sobre a morte e o morrer ainda está concentrado em poucas disciplinas do currículo médico, principalmente nas de caráter humanístico, e é excessivamente teórico, sendo que as experiências reais com a morte durante a graduação são tratadas com distanciamento e silêncio, quando poderiam ser mais bem aproveitadas no ensino-aprendizagem sobre o fim da vida.ABSTRACT Death is one of the major taboos of contemporary Western society and is a forbidden and avoided subject. If in the past it was a public and domestic event, nowadays it is hidden in hospitals crowded with professionals who are unprepared to deal with issues related to the end of life. This unpreparedness is a reflex of excessively technical and non-humanistic training which favors healing over caring. Therefore, it seems medical students are taught to work against death and not with it. In this context, we sought to trace the profile of attitudes towards death of the students graduating from the Medicine course of a public university in Brazil and evaluate how this course has prepared them to deal with issues of death and dying in their perception. We employed quantitative and qualitative methodologies by applying two data collection instruments: a questionnaire to collect sociodemographic and academic data as well as data on the teaching about death, and another to define the profile of attitudes towards death (DAP-R). We analyzed the studied variables descriptively using frequencies and means, and intercorrelated them to infer the hypotheses. We also considered student statements for analysis and discussion of results based on comments on the responses to one of the questionnaires. As results, we observed that the students’ attitude towards death was characterized by a view of death as a natural event of life (neutral acceptance), while their imagination about death was permeated with conflicting feelings; that most students had experienced the death of a patient during the course (75.8%) although most of those received no guidance in these situations (80%); that the humanistic courses concentrated the approaches on death; and that such approaches somewhat contributed to create reflection and develop abilities for managing death. We concluded that teaching about death and dying is still concentrated in few courses of the medical curriculum, mainly in the humanistic ones, and is excessively theoretical, whereas the real experiences with death during the Medicine course are treated with detachment and silence when they could be better utilized for teaching and learning about the end of life.

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