Percepção de conflito em uma família recasada constituída por um filho com paralisia cerebral
AUTOR(ES)
Freitas, Hilda Rosa Moraes de, Silva, Simone Souza da Costa, Pontes, Fernando Augusto Ramos
FONTE
Revista Brasileira de Educação Especial
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-03
RESUMO
O aumento no número de separação/divórcio favorece o surgimento de novas estruturas familiares. Nesse sentido, o recasamento desponta como uma possibilidade de ordenamento do grupo familiar, que impõe à nova família uma reorganização, sobretudo nas vidas afetiva, social e econômica, assim como maior flexibilidade para negociar questões de associação, espaço, autoridade e tempo. O objetivo deste artigo foi descrever a estrutura e a dinâmica de uma família recasada, na qual há uma criança com paralisia cerebral, a partir de suas representações acerca de situações de conflito. Neste estudo de caso, foi pesquisada uma família, constituída, por três membros, mãe, filho e padrasto; foram aplicados um roteiro de entrevista semiestruturado e o Family System Test (FAST). Os escores obtidos no FAST demonstraram proximidade na díade mãe-filho e distanciamento na díade padrasto-enteado, com a hierarquia concentrada na mãe; quanto à flexibilidade das fronteiras, a percepção do casal indicou fronteiras rígidas tanto no sistema familiar quanto no parental, diferenciando-se da percepção do filho sobre o sistema familiar com uma fronteira difusa. Portanto, alguns fatores destacados na literatura e presentes nessa família como: diferença no ciclo de vida do casal; pouco tempo de união; bagagem emocional entre mãe e filho, associados às demandas de cuidado da criança, seus recursos biopsicológicos e disposições; configuraram um padrão rígido, com baixa flexibilidade, o que dificulta a inserção do padrasto no grupo e, consequente, assunção de co-paternidade nos cuidados e criação do enteado.
ASSUNTO(S)
educação especial paralisia cerebral conflito familiar dimensão da família
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