Palinologia da formação Solimões, neógeno da Bacia do Solimões, estado de Amazonas, Brasil : implicações paleoambientais e bioestratigráficas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O arco de Iquitos influenciou a paisagem da região noroeste da América do Sul desde o Mioceno tardio. Reflexos da sua dinâmica de soerguimento, antes vistos apenas em afloramentos, podem também ser observados em sub-superfície. O estudo de palinologia, mineralogia e geoquímica de isótopos de uma seção da Formação Solimões possibilitou a sua correlação com as formações Pebas e Nauta da região de Iquitos. Essa correlação possibilita a aplicação direta de um arcabouço palinostratigráfico nos sedimentos. O intervalo 401 300 m do poço 1 AS 33 AM (Mioceno inferior / médio), depositado em ambiente principalmente de água doce com alguma influência marinha, corresponde à Formação Pebas. O intervalo seguinte 300 185 m (Mioceno superior / Plioceno) corresponde à camada superior da Formação Pebas, designada na literatura como Uppermost Pebas. Na seção estudada esta camada recobre discordantemente a Formação Pebas, assim como em algumas localidades no Peru. É sugerido aqui um diacronismo para essa unidade uma vez que a idade atribuída a ela é mais jovem que a descrita na literatura. A porção inferior desse intervalo (299,05 238,33 m) está na zona de intervalo Asteraceae e a porção superior (238,33 185,00m) está na subzona de intervalo Psilatricolporites caribbiensis. Não foi observada nenhuma discordância entre as duas biozonas. O último intervalo de ca. 185 m até a superfície é formado por depósitos típicos de sistema fluvial e é correlacionado aqui com a Formação Nauta. É considerado Plioceno por corresponder à parte superior da subzona de intervalo Psilatricolporites caribbiensis, idade mais jovem que a proposta anteriormente. Os resultados sistemáticos de palinologia consistem em 95 tipos identificados sempre que possível em nível específico. A maioria deles são grãos de pólen de angiospermas com 85 espécies. Apenas uma espécie de gimnosperma foi encontrada e sempre em quantidades reduzidas. De esporos, apesar muito abundantes, somente oito espécies foram identificadas. Oito novas espécies são propostas e formalmente descritas: Fenestrites garciae, Inaperturopollenites microechinatus, Inaperturopollenites elizabetei, Inaperturopollenites solimoensis, Polyadopollenites marileae, Psilaperiporites elizabetei, Psilatricolporites hoornii, Retitricolporites toigoi.

ASSUNTO(S)

geologia histórica palinologia geologia

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