Ozônio como alternativa de manejo de resistência à fosfina / Ozone as alternative for phosphine resistance management

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este trabalho teve por objetivos avaliar a toxicidade do ozônio a populações de Tribolium castaneum, Rhyzopertha dominica e Oryzaephilus surimanensis; determinar se existe resistência cruzada entre o ozônio e a fosfina; averiguar se há relação entre a toxicidade do ozônio e o metabolismo respiratório dos insetos; determinar os padrões reprodutivos das populações na ausência de pressão seletiva e prover evidências de custos adaptativos associados à resistência à fosfina. Foram utilizadas 16 populações brasileiras de T. castaneum, 11 de R. dominica e nove de O. surinamensis coletadas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Nos bioensaios de toxicidade, fixou-se a concentração do ozônio em 150 ppm, em fluxo contínuo de 2 L min-1. Os tempos letais para causar 50 e 95% de mortalidade (TL50 e TL95) de cada população foram estimados por meio de bioensaios de tempo-resposta e usados para calcular as respectivas razões de resistência (RRs). Os padrões da taxa respiratória e do crescimento instantâneo (ri) de cada população das três espécies foram avaliados. Adicionalmente, foram avaliadas as taxas de desenvolvimento e de crescimento populacional de duas populações resistentes à fosfina e duas susceptíveis de cada espécie. Nenhuma das populações estudadas mostrou resistência ao ozônio. A razão de resistência para os TL50 das populações de T. castaneum, R. dominica e O. surinamensis variou, respectivamente, de 1,00 a 1,76; 1,03 a 1,32; e 1,0 a 1,58 vezes da população de maior para a de menor susceptibilidade. Por outro lado, algumas destas populações apresentam elevada resistência à fosfina, indicando que não há resistência cruzada entre o ozônio e a fosfina. Foram observados diferentes padrões respiratórios entre as populações de cada espécie, indicando que a toxicidade do ozônio não teve relação com o metabolismo respiratório dos insetos. Diferentes padrões reprodutivos foram verificados nas taxas de desenvolvimento e de crescimento populacional, onde algumas populações resistentes à fosfina apresentaram custo adaptativo na ausência do inseticida. Como essas populações não mostraram resistência ao ozônio, independentemente de serem resistentes ou susceptíveis à fosfina, é possível que o ozônio venha a se tornar uma alternativa ao uso da fosfina nos programas de manejo de resistência a esse fumigante.

ASSUNTO(S)

insetos-praga toxidade insect-pests stored grains cross resistance grãos armazenados adaptive costs toxicity entomologia agricola custo adaptativo resistência-cruzada

Documentos Relacionados