Resposta comportamental e seleção para resistência à fosfina em Rhyzopertha dominica F. (Coleoptera: Bostrichidae) / Behavioral response and selection for resistance to phosphine in Rhyzopertha dominica F. (Coleoptera: Bostrichidae)
AUTOR(ES)
Marco Aurélio Guerra Pimentel
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
19/02/2010
RESUMO
O fenômeno da resistência à fosfina está amplamente distribuído entre linhagens brasileiras de insetos-praga de produtos armazenados. Isto se deve, principalmente, a falta de hermeticidade das estruturas armazenadoras e ao emprego de técnicas inadequadas de fumigação que favorecem o desenvolvimento da resistência à fosfina. A baixa hermeticidade dos armazéns graneleiros e silos metálicos favorecem o vazamento de gás, expondo os insetos-praga a concentrações subletais de fosfina, gerando falhas de controle e aumento da frequência de aplicações favorecendo o desenvolvimento da resistência à fosfina. Diante do exposto, o foco principal deste estudo foi verificar o comportamento locomotor de indivíduos de Rhyzopertha dominica F. (Coleoptera: Bostrichidae) sob concentrações subletais de fosfina, e determinar a magnitude do desenvolvimento de resistência à fosfina e estabilidade da resistência, determinando possíveis alterações fisiológicas, comportamentais e custos adaptativos associados à resistência. A exposição dos insetos a concentrações crescentes de fosfina reduziu a mobilidade destes, nas três populações de R. dominica. A redução da mobilidade dos insetos minimiza fuga podendo aumentar a exposição ao fumigante, aumentando a eficácia de fumigação. Assim, a atividade locomotora de insetos-praga sob concentrações subletais de fosfina deve ser considerada em pesquisas de manejo da resistência e em programas de manejo integrado de pragas de produtos armazenados. A evolução da resistência à fosfina mostrou- se rápida, com incremento de 69 vezes em ≈ 10 gerações sob seleção. A resistência à fosfina demonstrou estabilidade na população resistente, mantida sem pressão de seleção por 10 gerações. A taxa respiratória dos insetos reduz com a evolução da resistência à fosfina, enquanto a taxa de crescimento populacional aumenta com a evolução da resistência à fosfina. A perda de massa dos grãos e amassa corpórea não exibem tendência de incremento ou decréscimo para as duas populações, selecionada e não selecionada. A população selecionada apresentou redução da mobilidade ao longo das 10 gerações avaliadas, enquanto a população não selecionada apresentou comportamento inverso. Contudo, a capacidade de voo é incrementada durante as gerações selecionadas, enquanto a população que não foi selecionada não apresentou tendência de aumento ou redução no percentual de insetos que iniciam voo ao longo das gerações. As informações geradas neste estudo sobre a magnitude do desenvolvimento da resistência à fosfina, a estabilidade da resistência, assim como o comportamento de populações de insetos-praga sob concentrações subletais de fosfina proporcionam subsídios ao refino das atuais técnicas de fumigação e táticas de controle empregadas no manejo integrado de pragas de grãos armazenados.
ASSUNTO(S)
ncia a inseticidas resistẽ fumigação taxa respiratória entomologia agricola insecticide resistance fumigation respiration rate
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