Origem das linhagens mitocondriais nas abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/03/2012

RESUMO

O processo de africanização de Apis mellifera fez surgir diversas questões acerca da constituição genética da população resultante. Esse trabalho teve por objetivo identificar o número, a freqüência e a distribuição dos diferentes haplótipos mitocondriais, bem como sua possível origem nas colônias africanizadas amostradas em diferentes regiões do país. Neste sentido, foram analisadas amostras de 1.626 colônias, sendo 1048 do Brasil e as demais de outros 12 países, incluindo amostras de A. m. scutellata, A. m. iberiensis, A. m. ligustica, africanizadas e não-africanizadas da América do Sul e Central. A identificação desses padrões foi feita por PCR-RFLP da região COI com as endonucleases BclI e TaqI, seguida pelo sequenciamento de amostras representativas desses padrões. Esses resultados foram, então, associados aos padrões já descritos para a região COI-COII das mesmas amostras por Collet et al. (2006). A associação geográfica entre os padrões eletroforéticos observados e as relações entre os haplótipos sequenciados estabelecidas em rede de haplótipos permitiram efetuar certas inferências quanto à origem geográfica destes padrões. Foram identificados três padrões BclI, denominados 1, 2 e 3 e quatro padrões TaqI, denominados A, B, C e D. Sete padrões compósitos, formados pela associação dos padrões das duas nucleases,foram identificados em amostras do Brasil. Quando dados anteriores de padrões de digestão da região intergênica COI-COII com a endonuclease DraI são considerados, 17 padrões foram verificados nestas amostras. Dentre as 90 amostras sequenciadas do Brasil, África do Sul, Quênia, Portugal, Espanha, Itália e Chile foram observados 35 haplótipos distintos que respondem por 13 diferentes sequências de aminoácidos. Nossos dados demonstraram que a simples associação entre padrões de restrição não se constituiu em meio seguro para se inferir a origem das linhagens mitocondriais em populações africanizadas, sendo mais indicado realizar subsequentemente o sequenciamento dos fragmentos que geraram estes padrões. Foi possível inferir a origem de 11 de 17 padrões associados COI-COII e COI encontrados no Brasil. Não foi observada distribuição clinal entre os padrões COI como o verificado em COI-COII. Os dados apontam claramente para substituições nucleotídicas e de aminoácidos exclusivas em amostras de origem européia e africanas/africanizadas, uma questão que merece uma pesquisa subsequente.

ASSUNTO(S)

genética e evolução apis mellifera abelha-africanizada dna mitocondrial variação genetica apis mellifera africanization mitochondrial dna variation

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