Estrutura genética das populações de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) da Colômbia estimada através de marcadores nucleares e mitocondriais.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A partir de 1957, ocorreu um processo de hibridação no continente Americano entre as abelhas Européias pré-existentes e as Africanas recém introduzidas. Desde a chegada da abelha Africanizada à Colômbia em 1978 e seu total estabelecimento depois de quatro anos, esparsos são os estudos populacionais que demonstram o grau de hibridação entre os enxames Africanizados originados no Brasil e as abelhas residentes naquele país. A análise das alozimas de Hk-1 e Mdh-1 permitiram demonstrar que: i) as freqüências dos alelos destes locos em amostras de Apis mellifera da Colômbia são muito similares às apresentadas pelas abelhas do Brasil; ii) as populações Africanizadas da Colômbia são heterogêneas, apresentando níveis distintos de introgressão dos genes Africanos nas populações Européias residentes; iii) estas populações encontram-se em equilíbrio genético de acordo com o modelo de Hardy-Weinberg e não apresentam desequilíbrio de ligação para estes locos, evidenciando que o processo de Africanização possivelmente deveu ter sido completado na Colômbia; iv) a verificação de um gradiente altitudinal leva à suposição de efeito da seleção sobre os fenótipos de Mdh-1. A análise da região 16S do DNA mitocondrial evidenciou a presença quase exclusiva do padrão Africano nas abelhas da Colômbia, resultado similar ao observado no Brasil e Uruguai. O aumento verificado de freqüência do haplótipo A1 (C/A) para a região intergênica CO I CO II em amostras da Colômbia está associado à diminuição do padrão A4 (B/B) em seu avanço do Brasil para o norte do continente Americano no decorrer do processo de Africanização. Considerando os resultados para as três regiões do DNA mitocondrial estudadas (16S, região intergênica CO I CO I e CO I), um número elevado de haplótipos foi observado, indicando uma origem materna muito heterogênea destas colônias. Além disso, os haplótipos do DNA mitocondrial observados não estão distribuídos segundo um gradiente latitudinal ou altitudinal, o que indica que as colônias com DNA mitocondrial Africano têm a capacidade de exploração e adaptação a ambientes muito diversos da Colômbia. As análises de dois microsatélites evidenciaram a ocorrência de 7 e 12 alelos para os locos A43 e RJP57-1, cujos tamanhos variaram entre 125-150 pb e 400-600 pb, respectivamente. Os resultados do presente trabalho permitem afirmar que as populações de abelhas da Colômbia são muito similares em sua composição genética, para os marcadores nucleares e mitocondriais estudados, às populações encontradas no norte do Brasil.

ASSUNTO(S)

abelhas genetica genética de população marcadores genéticos

Documentos Relacionados