Obtenção, caracterização, estudo "in vitro" e "in vivo" de blendas de poli(L-acido lactico)/poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O desenvolvimento de polímeros bioabsorvíveis pode ser considerado como um dos maiores avanços na pesquisa de materiais biomédicos. Esses materiais são designados para degradar "in vivo" de uma forma controlada, onde o material implantado substitui uma função particular por um período pré-determinado. A escolha do material depende das necessidades exigidas para uma determinada aplicação. O objetivo desse trabalho foi estudar blendas de Poli (L-ácido láctico)/Poli (hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) PLLA/PHBV para aplicação na área médica. As blendas foram preparadas por dois métodos distintos: evaporação de solvente e por fusão, obtendo amostras nas formas de membranas e pinos, respectivamente. As membranas foram caracterizadas através das técnicas de análise termogravimétrica (TOA), calorimetria diferencial de varredura (DSC), análise dinâmico mecânica (DMA), microscopia eletrônica de varredura (SEM), ensaio mecânico e microscopia óptica, e os pinos, além das técnicas citadas acima, foram caracterizados por microscopia de força atômica (AFM) e microscopia eletrônica de transmissão (TEM). Foi realizado o estudo "in vitro" das blendas PLLA/PHBV, avaliando-se a degradação hidrolítica. Observou-se o crescimento celular de células fibroblásticas (células Vero) sobre as membranas. Para o estudo "in vivo", foram utilizados os pinos de PLLA/PHBV na composição de 40/60, como haste intramedular para fixação de fratura em fêmores de coelhos. Os resultados obtidos mostraram que as blendas PLLA/PHBV são imiscíveis, com nítida separação de fases, porém com alguma interação entre as fases. As membranas mostraram superfícies de fratura porosas, enquanto os pinos mostraram superfícies de fratura densas. Observou-se também que, conforme aumentou a quantidade de PLLA na blenda, aumentou o módulo de Young e a tensão máxima no escoamento da mesma, porém para as membranas a tensão máxima no escoamento praticamente não se alterou. Notou-se que o PLLA iniciou a sua degradação em poucas semanas (em torno de 2 semanas), ao contrário do PHBV, o qual mostrou sinais de degradação em tempos muito longos (53 semanas). Notou-se que as membranas apresentaram uma degradação mais intensa que os pinos no mesmo tempo observado. O estudo de crescimento celular mostrou que as células cresceram de forma diferenciada em função da morfologia das membranas. O estudo "in vivo" mostrou que o calo ósseo formado com o implante da blenda PLLA/PHBV 40/60 e o do controle de "fio de Steinmann" estavam bem consolidados, não havendo diferenças entre o implante da blenda e do controle. Com estes dados, podemos afirmar que o material implantado apresentou características adequadas para ser utilizado como auxiliar na recuperação de fraturas, considerando que o polímero apresenta a vantagem de eliminar uma segunda cirurgia para retirada do implante após a recuperação do tecido ósseo

ASSUNTO(S)

biopolimeros

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