O óxido nítrico e sua relação com diferentes microrganismos in vitro e durante a infecção aguda experimental por Trypanosoma cruzi / Nitric oxide and its relationship with different microorganisms in vitro and during experimental acute infection with Trypanosoma cruzi

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O óxido nítrico (NO) é um radical livre gerado a partir da L-arginina, através da enzima oxido nítrico sintase (NOS). O NO é considerado um dos principais mediadores de citotoxicidade produzido por células da resposta imune, principalmente macrófagos (MØs), contra diversos microorganismos invasores. Embora, muitos trabalhos ressaltem a capacidade de diferentes parasitos em driblar os efeitos tóxicos desta molécula, ou mesmo de interferir em sua via de produção, os mecanismos envolvidos na habilidade desses microrganismos em manipular a via do NO permanecem pouco esclarecidos. Além disso, o papel do NO na resistência à infecções agudas ainda é controverso. Na presente tese, utilizamos o modelo rato (linhagens Wistar e Holtzman), para investigar a produção de NO no curso da infecção aguda experimental pelo T. cruzi, agente causal da Doença de Chagas. Demonstramos que houve uma queda significativa na produção de NO tanto de monócitos do sangue periférico quanto de macrófagos esplênicos. Entretanto, MØs dos animais infectados apresentaram importantes sinais de ativação, incluindo aumento do número e diâmetro de corpúsculos lipídicos, organelas envolvidas na síntese de mediadores inflamatórios, como a prostaglandina E2, um conhecido antagonista da via do NO. A via metabólica do NO também foi estudada no parasito. Nós demonstramos pela primeira vez a presença de uma TcNOS em formas tripomastigotas e amastigotas de T. cruzi. Entretanto, a atividade desta enzima se mostrou significativamente maior nas formas tripomastigotas, tal fato podendo estar correlacionado com sua intensa motilidade. Além disso, nós mostramos que tanto as formas tripomastigotas como as formas amastigotas do T. cruzi são capazes de produzir NO. A produção de NO pelo parasito também se revelou superior nas formas tripomastigotas, sugerindo que no T. cruzi a produção de NO é estágio-específica. Adicionalmente, usando um doador químico de NO, o nitroprussiato de sódio (SNP), nós demonstramos que as formas amastigotas tanto de T. cruzi como de L. amazonensis exibem maior perfil de resistência ao NO que as formas tripomastigotas e promastigotas, destes parasitos, respectivamente, sugerindo a participação da via metabólica do NO em diferentes aspectos relacionados ao ciclo biológico (diferenciação, multiplicação e/o manutenção da infecção) destes parasitos em seus hospedeiros vertebrados. Além disso, um triplo mutante para o gene das porinas de Mycobacterium smegmatis, também se mostrou resistente aos efeitos tóxicos do NO, sugerindo a participação destas proteínas de superfície na captação deste mediador, interferindo no perfil de susceptibilidade de células hospedeiras a infecção por estas micobactérias. Nossos dados contribuem para o melhor entendimento da via do NO no curso de infecção de parasitas intracelulares obrigatórios assim como frente do potencial de regulação desta via metabólica a seu favor.

ASSUNTO(S)

doença de chagas nitric oxide/adverse effects ratos sprague-dawley rats, wistar citologia e biologia celular rats, sprague-dawley Óxido nítrico/efeito adversos chagas disease trypanosoma cruzi/patologia trypanosoma cruzi ratos wistar

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