O modo heterogenio de constituição da escrita

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

Este trabalho tem como proposta a caracterização de um modo heterogêneo de constituição da escrita. Considerado o imaginário sobre a escrita que circula pela sociedade, a questão central abordada é a da atuação da Imagem que o escrevente faz da escrita na construção do texto. A caracterização desse modo heterogêneo de constituição da escrita está baseada, por um lado, na percepção de vários autores de que há textos produzidos em pontos intermediários entre os pólos considerados típicos do falado e do escrito; e, por outro, na atuação do princípio dia lógico da linguagem como condição de articulação de sua heterogeneidade. Primeiramente, essa caracterização é feita pelo estabelecimento de uma conceituação do modo heterogêneo de constituição de escrita a partir da discussão de dois pontos de vista básicos sobre a escrita: o da visão autonomista, que trabalha com a dicotomia radical entre o falado e o escrito, e o da visão que relativiza essa autonomia propondo um contínuo entre esses pólos. O segundo passo dessa caracterização consta da fixação de uma metodologia de trabalho a partir da criação de um espaço de observação que postula a circulação dia lógica do escrevente por três eixos de representação da escrita: o da imagem que o escrevente faz da gênese da (sua) escrita, o da imagem que o escrevente faz do código escrito institucionalizado e o da representação que o escrevente faz da escrita em sua dialogia com o já falado/escrito. Ainda nesse momento de fixação de uma metodologia, é adotado um modo particular de olhar para os textos, a saber, o do paradigma indiciário, tomado como base para investigação de pistas, regularidades e propriedades lingüísticas dos textos analisados. Abordando separadamente cada um dos três eixos propostos para observação, procede-se, num terceiro passo, à análise de um conjunto de oitenta e três dissertações do vestibular/1992. O funcionamento desse modo heterogêneo de constituição da escrita evidencia o caráter especifico (ao mesmo tempo, geral e particular) da relação escrevente/linguagem, permitindo problematizar tanto a visão que considera esse modo heterogêneo como interferência do oral no escrito, como a visão que o considera apenas como produto da retomada de modelos de escrita institucionalizados

ASSUNTO(S)

imaginario escrita

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