O mar e a selva : relato da viagem de Henry Major Tomlinson ao Brasil : estudo e tradução / The sea and the jungle : Henry Major Tomlinson s travel to Brazil : studying and translation

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/10/2011

RESUMO

Estudar as representações da Amazônia brasileira e elaborar a tradução de The Sea and Jungle, de Henry Major Tomlinson, são os objetivos centrais desta tese de doutorado. O autor do referido relato de viagem é um jornalista britânico que, no final de dezembro de 1909, dispensado de seus ofícios no Morning Leader, embarcou no navio S. S. England, em Swansea, País de Gales e, depois de cruzar o oceano Atlântico, aportou em Belém do Pará, Brasil; dali seguiu, via rios Pará, Amazonas e Madeira, para Porto Velho, atual capital do Estado de Rondônia, ponto inicial da Estrada de Ferro MadeiraMamoré. O navio levava suprimentos e maquinaria para a referida ferrovia. É justamente ao longo de parte de seu traçado, na extensão entre Porto Velho e a cachoeira denominada Caldeirão do Inferno, que esse peregrino londrino empreende uma excursão tendo como guia o texano Marion Hill, com quem se encontrou ao chegar àquele porto, em plena selva. O Mar e a Selva estabelece fios tessitivos com Odisséia de Homero, e se compõe, portanto, tanto de histórias de marinheiros e de aventuras do herói, quanto de descrições do mundo real e de um mundo mítico e fictício que contribuem na constituição do sujeito. Em se tratando de um discurso de um viajanteperegrino adoto, então, certos paradigmas: a noção de discurso e "artes da existência" cunhadas por Michel Foucault; a primeira em A arqueologia do Saber e A ordem do discurso e, a segunda, em A história da sexualidade: o uso dos prazeres; adoto, também, alguns conceitos advindos dos Estudos PósColonialistas, Utópicos, Crítica Literária, Filosofia e Estética. O Mar e a Selva reflete e refrata uma determinada realidade social de dois mundos, o do viajante e o do viajado, ou seja, do nativo e, a partir dessa "dança de espelhos", investigo em que medida o narrador critica sua sociedade pelos olhares que lança a outras comunidades amazônicas. Verifico também como ele reconstroi a si mesmo a partir da convocação de antigos viajantes (Hakluyt, Humbolt, Wallace, Bates), de correntes filosóficas (Pirronismo e Gymnosofismo), de escritores como Thoreau, Emerson, Drake, Spruce, Pikes, Raleigh, Burney, Defoe; de personagens bíblicos (Moisés, Jonas, Josué), de lendas e mitos gregos e romanos, etc. ao palco de sua composição literária e, conjuntamente, do "si mesmo". O eixo argumentativo desta tese é que este relato se apresenta, em primeiro lugar, como uma crítica políticomoral à Inglaterra e ao Brasil e serve como um exercício de elevação dos pensamentos rumo ao Sublime, "a alma do corpo retórico", diz Weiskel via Longino. Em segundo, as representações da Amazônia a configuram ora como o Campos Elísios, ora como o Tártaro. Assim, alto e baixo, vastidão e infinitude, luzes e trevas, vilania e nobreza, paraíso e inferno, feiúra e beleza, ordem e desordem, vida e morte se entrelaçam no percurso do viajante ideal. Portanto, ele vai além da escrita do que ele vê, e faz com que o leitor também veja

ASSUNTO(S)

escritos de viajantes ingleses - brasil - história e crítica viajantes na literatura travelers writings english travelers in literature amazon river region

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