O crédito entre as classes populares francesas: o exemplo de uma loja em Lens

AUTOR(ES)
FONTE

Mana

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-04

RESUMO

Como pôde ter funcionado, até os dias de hoje, em plena economia desenvolvida, um crédito sem instituição bancária? Graças aos arquivos de uma pequena loja de venda de têxteis e vestuário dirigida aos operários da bacia mineradora do norte da França - dos anos 30 até os dias atuais - pudemos conduzir uma sociologia da clientela e, ao mesmo tempo, dos modos de transação em torno do crédito direto do comerciante à sua clientela. Este crédito face a face entre a comerciante judia e os operários católicos poloneses escapa ao controle político. Tido, desde a Liberação, como usurário e economicamente irracional pelas autoridades públicas, este tipo de crédito ao consumo prospera, no entanto, até os anos 70, nos pontos cegos das tecnologias jurídicas e financeiras da época. Fundamenta-se na confiança mútua de longa duração e no controle no seio dos grupos de relações interpessoais (família, vizinhança, amigos...) tecidos ao sabor de múltiplas interações entre pessoas cujas experiências migratórias se assemelham. A partilha da mesma língua, o conhecimento das práticas de consumo dos católicos - consumo ostentatório popular dos poloneses - fundam a dependência dos clientes em relação aos comerciantes que, por sua vez, tornam acessíveis produtos marcadores de distinções.

ASSUNTO(S)

crédito ao consumo categorias populares imigração pequenos comerciantes venda a domicílio

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