O controle social e a participação em saúde na RIDE-DF : acertos e descaminhos na visão dos usuários

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar as representações e práticas dos conselheiros municipais de saúde representantes do segmento dos usuários sobre a participação em saúde e o controle social na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF). Para tanto, realizou-se um estudo qualitativo, adotando-se para compreensão e análise os pressupostos da hermenêutica-dialética. Participaram deste estudo dezessete conselheiros do segmento dos usuários, representantes dos municípios de Águas Lindas de Goiás, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Formosa, Planaltina de Goiás, Água Fria, Vila Boa, Cocalzinho, Padre Bernardo, Pirenópolis, Buritis, Cabeceira Grande, Unaí e Distrito Federal. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, cujo roteiro abordou sobre a percepção da participação dos usuários nos Conselhos Municipais de Saúde, no ano de 2007. Para organização e análise dos dados, foram utilizados os recursos do software francês Analyse Lexicale par Contexte dun Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE). Os resultados demonstraram na primeira etapa de análise, na classificação hierárquica descendente a existência de dois eixos׃ O cotidiano dos CMS e a busca pela promoção da saúde. O primeiro eixo, o cotidiano dos CMS, é composto por 3 classes temáticas: classe 1. Rotina e burocracia no cotidiano dos CMS a cultura da ata; 2. Participação e representatividade integração entre as duas formas de democracia; 4. Dificuldades e condicionantes para o exercício do Controle Social a angústia por legitimidade. O segundo eixo temático é composto pela classe 3, onde predomina o conceito ampliado de Saúde na região e a fala da promoção. Na segunda etapa de análise, a análise fatorial de correspondência, utilizou-se a seguinte variável suplementar׃ regiões da RIDEDF. Essa variável se justifica pela hipótese explicativa que as regiões mais urbanizadas possuem maior grau de organização social, portanto maior participação social em saúde, as quais foram distribuídas da seguinte forma: Entorno Sul, Entorno Norte, Pirineus, Unaí e Distrito Federal. Os resultados indicam que apesar dos avanços identificados pelos usuários da implementação dos CMS, a atuação destes ainda é refém da cultura política centralizadora dos gestores e da falta de potência democrática dos municípios. Esta varia de acordo com o contingente populacional dos municípios e da diversidade dos segmentos sociais presentes. Por não se sentirem legitimados para exercer suas funções, os conselheiros atuam de forma burocratizada e isolada, buscando várias parcerias para seu fortalecimento. Identificam problemas quanto à representação e a baixa participação da população e trazem o discurso ampliado de saúde como um componente que deve ser debatido dentro dos CMS.

ASSUNTO(S)

democracia social control controle social ciencias da saude health participation ride participação em saúde democracy ride

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