O anel vaginal deve ser retirado para a realização do exame citopatológico (Papanicolaou), que é utilizado para a prevenção do câncer de colo uterino?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Não há necessidade de remover o anel para realizar o exame citopatológico para a prevenção do câncer de colo uterino (Papanicolau).
De acordo com as diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo de útero, uma amostra insatisfatória do exame citopatológico de colo de útero é definida como “a amostra cuja leitura esteja prejudicada pelas razões expostas abaixo, algumas de natureza técnica e outras de amostragem celular, podendo ser assim classificada:
1. Material acelular ou hipocelular
2. Leitura prejudicada por presença de sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular”.
Em tais casos o exame deve ser repetido
.
O Anel Vaginal (comercialmente conhecido como NuvaRing) tem o mecanismo de ação semelhante ao das pílulas anticoncepcionais. A absorção que ocorre através do epitélio da vagina liberando o hormônio através da circulação sistêmica, não tendo assim uma primeira passagem pelo fígado. Utiliza-se por três semanas e ao ser retirado ocorre o sangramento resultante da privação de hormônios, após este período deve-se colocar um novo anel
.
O anel vaginal não compromete ou impede o exame Papanicolau, tanto pelo seu mecanismo de ação, quanto na técnica utilizada para o exame. Até mesmo um exame mais específico como a colposcopia pode ser feita com a presença do anel. Não há dificuldade para a inserção do espéculo ou para a coleta de secreções, nem para visualização do colo. Não há interferência na coleta nem no resultado
.
Quando uma paciente retirar o anel na justificativa de fazer um exame ginecológico, esta ficará desprotegida e poderá engravidar.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016:114p. Disponível em:
2. São Paulo. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Manual de Anticoncepção. 2015:285p. Disponível em:
3. Vilefort LA, Santana MGG, Kamizaki SC, Jordão NVS, Lauton GB, Santos HBP, Nogueira JC, Reis SAP, Kamizaki BC, Queiroz FR. Anticoncepção em mulheres: revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Científico. 2022;42:e10649. Disponível em:
4. Brandt GP, Oliveira APR, Burci LM. Anticoncepcionais hormonais na atualidade: um novo paradigma para o planejamento familiar. Rev. Gest. Saúde (Curitiba). 2018;18(1):54-62. Disponível em:
ASSUNTO(S)
saúde da mulher enfermeiro w14 contracepção/outros dispositivos anticoncepcionais femininos saúde da mulher teste de papanicolaou
Documentos Relacionados
- Qual medicamento indicado para adequar o colo uterino à coleta do citopatológico em pacientes que necessitam de estrogenização, e por quanto tempo deve ser utilizado?
- Qual a conduta para resultado de epitélio escamoso do citopatológico de colo uterino?
- (SOF Arquivada) Qual a conduta para resultado de epitélio escamoso do citopatológico de colo uterino?
- Fatores associados à não realização de exame citopatológico de colo uterino no extremo Sul do Brasil
- Qual é o tratamento mais indicado para o câncer de colo uterino?