Momento cirÃrgico na insuficiÃncia mitral reumÃtica: peculiaridades clÃnicas, funcionais e contribuiÃÃo do peptÃdeo natriurÃtico
AUTOR(ES)
Maria Cristina Ventura Ribeiro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Fundamento: A insuficiÃncia mitral crÃnica que ocorre como seqÃela da fase aguda da febre reumÃtica acomete com freqÃÃncia crianÃas e adolescentes em todo o mundo, em especial nos paÃses em desenvolvimento. Pela sobrecarga crÃnica de volume que provoca ao ventrÃculo esquerdo, a insuficiÃncia mitral pode levar à disfunÃÃo miocÃrdica irreversÃvel, e o momento ideal para a indicaÃÃo da correÃÃo cirÃrgica à uma definiÃÃo necessÃria e almejada. Novos mÃtodos diagnÃsticos tÃm sido estudados com esse objetivo. Destaca-se, entre eles, a dosagem plasmÃtica do peptÃdeo natriurÃtico, hormÃnio cardÃaco que tem sido utilizado como um biomarcador da contratilidade miocÃrdica. Objetivos: Estudar o comportamento da insuficiÃncia mitral reumÃtica em crianÃas e adolescentes no que se refere Ãs suas caracterÃsticas clÃnicas, eletrocardiogrÃficas, ecodopplercardiogrÃficas e à dosagem plasmÃtica da fraÃÃo Nterminal do prÃ-peptÃdeo natriurÃtico cerebral; e discutir as controvÃrsias em relaÃÃo ao momento cirÃrgico, salientando-se os novos mÃtodos diagnÃsticos que tÃm surgido nesse sentido. MÃtodos: Para a realizaÃÃo da revisÃo do tema foram utilizados artigos publicados em periÃdicos cientÃficos e livros tÃcnicos coletados atravÃs do Pubmed (http://www.ncbi.nlm.nih.gov), Google acadÃmico (http://scholar.google.com.br) e SCIELO (http://www.scielo.br). Posteriormente, foram estudados 53 pacientes menores de 20 anos, com insuficiÃncia mitral reumÃtica de grau moderado ou grave, nÃo operados, fora da fase aguda da doenÃa, atendidos em um hospital de referÃncia em cardiologia pediÃtrica no Nordeste do Brasil. Os dados clÃnicos e laboratoriais foram relacionados entre si e ao hormÃnio peptÃdeo natriurÃtico dosado por imunoensaio de electroquimioluminescÃncia. Resultados: A idade mÃdia dos pacientes foi de 10,6 anos, como costuma ocorrer na apresentaÃÃo da febre reumÃtica em paÃses em desenvolvimento. Os pacientes que faziam uso regular da penicilina benzatina apresentaram menor nÃmero de surtos agudos da febre reumÃtica (p=0,021). A maioria dos pacientes apresentava insuficiÃncia mitral grave (58,5%). As variÃveis ecodopplercardiogrÃficas (dimensÃo do Ãtrio esquerdo, diÃmetros sistÃlico e diastÃlico do ventrÃculo esquerdo e valor da pressÃo arterial pulmonar) apresentaram correlaÃÃo significante com o fragmento N-terminal do prÃ-peptÃdeo natriurÃtico cerebral, demonstrando que esse hormÃnio reflete as conseqÃÃncias hemodinÃmicas indesejÃveis da insuficiÃncia mitral. ConclusÃo: A decisÃo de indicaÃÃo de cirurgia na insuficiÃncia mitral grave assintomÃtica, principalmente no subgrupo de crianÃas e adolescentes com insuficiÃncia mitral reumÃtica, exige um acompanhamento de perto da contratilidade miocÃrdica, atravÃs de todos os meios diagnÃsticos disponÃveis. A fraÃÃo N-terminal do prÃ-peptÃdeo natriurÃtico cerebral apresentou correlaÃÃo significante com as medidas ecodopplercardiogrÃficas do Ãtrio esquerdo, ventrÃculo esquerdo e pressÃo arterial pulmonar. No subgrupo de crianÃas e adolescentes assintomÃticos com insuficiÃncia mitral de etiologia reumÃtica, o uso da fraÃÃo N-terminal do prÃ-peptÃdeo natriurÃtico cerebral como meio diagnÃstico complementar poderia ser Ãtil no acompanhamento da funÃÃo miocÃrdica e auxÃlio na indicaÃÃo do momento cirÃrgico
ASSUNTO(S)
peptÃdeos natriurÃticos ciencias da saude rheumatic fever echocardiography regurgitaÃÃo mitral mitral regurgitation ecocardiografia natriuretic peptides febre reumÃtica
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