Migração, escolarização e os alunos de educação de jovens e adultos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O presente trabalho teve por finalidade realizar um perfil dos alunos que estão hoje freqüentando a modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos (EJA), confrontando as características daqueles que estão matriculados na série inicial e na final do ciclo II do Ensino Fundamental (5 e 8 séries). A pesquisa foi realizada em 2006 em uma escola da rede pública municipal de ensino da cidade de São Paulo, localizada em uma região periférica, às margens da rodovia Anhangüera. Partiu-se da hipótese de que existem tanto permanências quanto mudanças no perfil do aluno que está freqüentando a EJA, comparado com o perfil do aluno que freqüentou o supletivo no passado. Além disso, contando com um número expressivo de migrantes entre os sujeitos investigados, buscouse investigar se a experiência da migração influenciou a forma como os sujeitos vivenciam a escolarização. Também procurou-se verificar se homens e mulheres vivenciam a experiência da escolarização de formas diferentes. Os dados para traçar o perfil dos sujeitos investigados foram obtidos por meio da aplicação de um questionário que continha 40 perguntas que giravam em torno de aspectos socioeconômicos e aspectos ligados à trajetória escolar. O questionário foi respondido por 23 alunos da 5. série e 31 da 8. série, totalizando 54 sujeitos. A análise dos dados foi feita com base nas contribuições sociológicas de Pierre Bourdieu. A tabulação dos dados mostrou que todos os sujeitos têm o desejo de prosseguir os estudos no nível do Ensino Médio. Isso demonstra o quanto os sujeitos estão investindo no aumento do seu capital cultural por meio da obtenção do diploma - forma materializada do capital cultural no estado institucionalizado. Os dados foram tabulados por série e demonstraram que os sujeitos da 8 são mais críticos em relação à escola uma vez que somente nessa série apareceram avaliações negativas. Os dados tabulados por sexo demonstraram que as mulheres apresentam desvantagens quando comparadas aos homens em relação ao tempo de afastamento da escola. A comparação entre migrantes e não-migrantes revelou existir tanto semelhanças quanto diferenças entre esses dois grupos, sendo que a diferença que mais chamou a atenção foi com relação aos aspectos relacionados à alfabetização, tanto dos sujeitos quanto dos seus pais. Em relação a esses aspectos, os índices dos sujeitos migrantes são piores que os índices dos não-migrantes

ASSUNTO(S)

educação de jovens e adultos students educacao alunos ensino fundamental migração educacao de adultos youth and adults education migrantes migration

Documentos Relacionados