Metabolic disorders associated with HIV / AIDS: prevalence in ambulatory patients followed at a referral hospital in the state of Ceara, Brazil. / DistÃrbios metabÃlicos associados a infecÃÃo pelo HIV/AIDS: prevalÃncia em pacientes ambulatoriais seguidos em Hospital de ReferÃncia do Estado do CearÃ, Brasil.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/08/2010

RESUMO

ApÃs o surgimento da terapia anti-retroviral (TARV), tem sido observado o desenvolvimento de um perfil crÃnico-degenerativo caracterizado pela presenÃa de diversos distÃrbios endÃcrino-metabÃlicos, como sÃndrome metabÃlica, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia e lipodistrofia, condiÃÃes reconhecidamente associadas a aumento do risco cardiovascular. AlÃm disso, reconhece-se que o prÃprio HIV desempenha papel significativo no surgimento destas alteraÃÃes. No entanto, atà o momento, dispÃe-se de dados limitados sobre a epidemiologia das complicaÃÃes metabÃlicas associadas ao HIV no Brasil e em especial no estado do CearÃ. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalÃncia de distÃrbios metabÃlicos em pacientes portadores de infecÃÃo pelo HIV/Aids acompanhados no Hospital SÃo Josà de DoenÃas Infecciosas, considerado centro de referÃncia para o atendimento desta condiÃÃo no estado. Foi realizado um estudo transversal, onde foram incluÃdos 144 pacientes atendidos no ambulatÃrio de HIV/Aids entre os meses de janeiro a maio de 2010, selecionados de forma sequencial. Para o grupo controle, foram selecionados aleatoriamente 95 pacientes sem infecÃÃo pelo HIV. Os pacientes foram submetidos à avaliaÃÃo mÃdica, exame fÃsico e coleta de amostras de sangue pela manhà em jejum, para determinaÃÃes de glicose, insulina, colesterol total, lipoproteÃna de alta densidade (HDL), triglicerÃdeos, contagem de linfÃcitos T CD4+ e carga viral do HIV. Foi calculado o HOMA-IR para inferir a resistÃncia à insulina e foi estimado o risco cardiovascular pelo Escore de Risco Framingham (ERF). Os dados foram submetidos à anÃlise estatÃstica, sendo utilizado para esse fim, o programa StataTM, versÃo 9.1. Na anÃlise dos dados, foram utilizados o teste t de Student, teste de Mann-Whitney, correlaÃÃo linear de Spearman, qui-quadrado, teste exato de Fisher e teste de X2 Mantel-Haenszel, com nÃvel de significÃncia estatÃstica de 5% (p<0,05). Foi observada uma elevada prevalÃncia de DM2 (7,3% vs. 1,1%; p<0,05), HDL baixo (70,3% vs. 46,1%; p<0,05) e hipertrigliceridemia (54,3% vs. 32,6%; p<0,05) nos pacientes com infecÃÃo pelo HIV/Aids em comparaÃÃo ao grupo controle. DM2 (9,5% vs. 2,5%; p<0,05) e hipertrigliceridemia (68,4% vs. 41,0%; p<0,05) foram mais freqÃentes entre os pacientes em uso de TARV vs. sem TARV, ao passo que HDL baixo foi encontrado na mesma proporÃÃo entre indivÃduos expostos e nÃo-expostos à TARV (68,4% vs. 75,0%; p>0,05). Houve uma menor proporÃÃo de pacientes com medida de CA aumentada no grupo com infecÃÃo pelo HIV em uso de TARV versus controle (18,6% vs. 42,1%; p<0,05). Foi observado aumento da proporÃÃo de indivÃduos com risco maior que 20% em 10 anos (alto risco) no grupo de pacientes com infecÃÃo pelo HIV/Aids usuÃrios da TARV versus controle (16,7% vs. 3,2%; p<0,05). NÃo houve diferenÃa na prevalÃncia de sÃndrome metabÃlica entre os grupos com e sem infecÃÃo pelo HIV (26,4% vs. 31,9%; p>0,05). Lipoatrofia de tecido subcutÃneo foi observada em 28,8% dos pacientes infectados pelo HIV, exclusivamente entre aqueles em tratamento. Lipohipertrofia foi detectada em 14,6% dos indivÃduos em TARV. Lipodistrofia associada ao HIV (ou seja, presenÃa de lipoatrofia ou de lipohipertrofia) foi observada em 39,4% dos pacientes com infecÃÃo pelo HIV em uso da TARV. Em conclusÃo, estes dados indicam a elevada prevalÃncia de alteraÃÃes metabÃlicas entre os pacientes com infecÃÃo pelo HIV no nosso meio e orientam que, no Ãmbito da saÃde pÃblica, à preciso considerar a necessidade de desenvolvimento de estratÃgias que favoreÃam a reduÃÃo das complicaÃÃes metabÃlicas e das doenÃas cardiovasculares neste grupo susceptÃvel

ASSUNTO(S)

saude publica diabetes mellitus

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