Limiar ventilatório e variabilidade da freqüência cardíaca em adolescentes
AUTOR(ES)
Brunetto, Antônio Fernando, Silva, Bruno Moreira, Roseguini, Bruno Tesini, Hirai, Daniel Müller, Guedes, Dartagnan Pinto
FONTE
Revista Brasileira de Medicina do Esporte
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-02
RESUMO
As análises da concentração sanguínea de lactato e das trocas gasosas respiratórias são métodos tradicionalmente empregados para identificar a transição de produção de energia pelo metabolismo muscular. No entanto, mais recentemente, vem sendo sugerido método alternativo mediante análise da variabilidade da freqüência cardíaca. Pretendeu-se, com o presente estudo, estabelecer comparações entre o limiar de variabilidade da freqüência cardíaca (LiVFC) e o primeiro limiar ventilatório (LV1), em uma amostra de adolescentes. Para tanto, foram submetidos a teste de esforço físico de carga máxima em esteira ergométrica 41 sujeitos (22 rapazes e 19 moças) com idades entre 15 e 18 anos. O LV1 foi identificado mediante o equivalente ventilatório de oxigênio envolvendo recursos de ergoespirometria. A variabilidade da freqüência cardíaca foi analisada por intermédio dos intervalos R-R, através da plotagem de Poincaré, que oferece informações quanto ao desvio-padrão da variabilidade instantânea batimento-a-batimento (SD1), ao desvio-padrão a longo prazo de intervalos R-R contínuos (SD2) e à razão SD1/SD2. O LiVFC foi identificado pelo SD1 de acordo com três critérios: (1) diferenças entre o SD1 de dois estágios consecutivos menor que 1ms; (2) SD1 menor que 3ms; e (3) ocorrência de ambos os critérios em conjunto. Mediante análise dos resultados verificou-se que os intervalos R-R e SD2 diminuíram progressivamente a cada intervalo de 10% do VO2pico até o final do teste de esforço físico (0,05 < p < 0,01). O SD1 diminuiu significativamente desde 20% até 50% do VO2pico. A partir de 60% até o VO2pico o SD1 não apresentou diferenças significativas. A razão SD1/SD2 aumentou a partir de 60%. O LV1 ocorreu a 54,4 ± 8,8% do VO2pico enquanto o LiVFC, a 52,4 ± 12,5%, 57,0 ± 14,1% e 57,8 ± 13,8% do VO2 pico, para os critérios 1, 2 e 3, respectivamente. Não foram observadas diferenças estatísticas entre o LV1 e os três critérios utilizados para identificação do LiVFC. Observaram-se coeficientes de correlação momento-produto significativos entre o LiVFC identificado mediante os três critérios considerados e o LV1, quando foram utilizados os valores absolutos de VO2. Porém, não foram encontradas correlações estatísticas significativas entre o LiVFC e a identificação do LV1 expresso em proporção do VO2pico. Em assim sendo, concluiu-se que parece ser precipitado tentar empregar o LiVFC como método alternativo na identificação do LV1 de adolescentes.
ASSUNTO(S)
variabilidade da freqüência cardíaca plotagem de poincaré limiar ventilatório limiar anaeróbio
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