Influenza e a coevolução anual e sazonal da morbidade hospitalar por doenças do aparelho circulatório e respiratório na rede pública do Rio Grande do Sul, 1999 - 2004

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Com o surgimento de novas evidências e hipóteses sobre a morbimortalidade relacionada à Influenza, identifica-se a insuficiência da caracterização do problema apenas pelas Doenças do Aparelho Respiratório (DAR), representando as Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) um importante grupo a ser estudado concomitantemente. Objetivos: Estimar a morbidade hospitalar atribuível à Influenza através da coevolução anual e sazonal das DAC e do DAR na rede pública no RS, no período de 1999 a 2004. Métodos: Foi utilizado um banco de dados de internações hospitalares no SUS, por local de residência, para o período de 1999 a 2004. As internações foram apresentadas como números absolutos e coeficientes por 100.000 pessoas, padronizadas para meses de 30 dias. Resultados: A magnitude das internações por DAR (935.370 AIHs ou 24,35%) e DAC (541.664 AIHs ou 14,1%) posicionou-as como primeiro e segundo lugar nas causas de internação, excluindo-se as ligadas à gravidez e puerpério. Notou-se uma predominância do sexo masculino nas internações por DAR (54,5%) e do sexo feminino (54,6 %) nas por DAC, com diminuição proporcional anual nas internações por DAR e aumento nas por DAC. As internações por DAR, inclusive nos grupos "Influenza e pneumonia" e "Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica" (DPOC), seguiram um padrão sazonal, com aumento no inverno, não observado claramente nas por DAC, onde apenas as por "Insuficiência cardíaca" apresentaram pequeno aumento. A letalidade total foi 4,4% para DAR e 6,5% para DAC, com maior letalidade por "Doenças cerebrovasculares" (15,8%), seguidas por "Insuficiência Cardíaca" (7,0%), "Doença Isquêmica Crônica do Coração" (5,6%), "DPOC" (4,7%) e "Influenza e Pneumonia" (3,0%). A evolução da letalidade de ambos os grupos apresenta um padrão sazonal, com aumento da letalidade por DAC nos meses de inverno em todos os anos do período e diminuição da letalidade por DAR na maioria destes. Conclusões: Houve uma mudança no perfil da morbidade por causas respiratórias e circulatórias atribuíveis à influenza no RS, no período de 1999 a 2004, e recomendase o aprofundamento das análises quanto a possíveis causas desta mudança (condições climáticas, fatores socioeconômicos, fatores imunológicos, influência vacinal, dentre outras) para subsidiar, com evidências relevantes, programas de assistência integral à saúde da população.

ASSUNTO(S)

influenza humana morbidade hospitalização doenças respiratórias doenças cardiovasculares

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