In the shadow of the school assemblies: democratic practices and technologies of the self. / À sombra do assembleísmo pedagógico: fazeres escolares democráticos e tecnologias do eu

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente dissertação tem como objeto de problematização as práticas das assembléias escolares (de classe) e os discursos teórico-acadêmicos que lhes dão sustentação. Por meio de um enfrentamento teórico de inspiração foucaultiana, as práticas escolares entendidas como democrático-participativas são aqui analisadas como mecanismos constituintes de jogos de verdade bastante presentes nos fazeres escolares contemporâneos. Trata-se de tomar as assembléias de classe como fomentadoras de determinadas tecnologias do eu. Consoante à teorização foucaultiana, a noção de eu é aqui reputada como uma construção histórica e social, e as atuais práticas de subjetivação, tendo como lócus a escola e como foco as assembléias de classe, são entendidas como formas de exercício do poder por meio de tecnologias de cunho pastoral. A partir de um deslocamento nas formas de exercer a condução das condutas do poder disciplinar ao biopoder ou psicopoder , tais tecnologias intentam forjar novas subjetividades, denominadas autônomas, críticas e reflexivas. Daí o objetivo principal da pesquisa levada a cabo: colocar em pauta o governo contemporâneo das almas escolares, assim como propor uma reflexão acerca, por um lado, das vicissitudes de uma escola dita democrática, e, por outro, dos limites daquilo que vem sendo denominado democracia escolar. Para tanto, realizou-se um dupla entrada investigativa: de um lado, a observação empírica das assembléias de classe realizadas em uma instituição de ensino da rede pública da cidade de São Paulo e, de outro, a problematização de alguns discursos teórico-acadêmicos sobre a temática das assembléias escolares. Nesse encontro, os acontecimentos empiricamente observados foram organizados de acordo com sete atos analíticos, por meios dos quais tornou-se possível tecer uma analítica das formas de exercício do poder aí em curso. As produtividades escolares contemporâneas e as relações de força que se estabelecem entre os exercícios do poder e da liberdade são retomadas, ao final, como núcleo de nossa argumentação central para questionarmos como atuam as novas modalidades de governo escolar sobre a subjetividade do alunado.

ASSUNTO(S)

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