Impacto do padrão alimentar na composição corporal, taxa metabólica de repouso, ritmo circadiano do cortisol e balanço nitrogenado em mulheres obesas / Impact of food pattern in body composition, resting metabolic rate, circadian rhythm of cortisol and nitrogen balance in obesity women

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/06/2004

RESUMO

Mudanças no hábito alimentar têm sido descritas como prováveis causas da obesidade. Estudos mostram que o peso depende do balanço energético definido pela relação entre a energia ingerida e o gasto energético. Sugere-se que o padrão alimentar, levando em consideração a freqüência de refeições e sua distribuição durante o dia, possa estar relacionado com a obesidade. Um efetivo programa de perda de peso tem como objetivo a perda do excesso da gordura corporal e a manutenção da massa livre de gordura apropriada para manutenção da saúde. O cortisol é um dos principais hormônios secretados pelo córtex supra-renal com ação predominante no metabolismo intermediário, incluindo a regulação das proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos.O presente estudo teve como objetivos determinar se a ingestão alimentar hipocalórica em pacientes obesas grau III, feita exclusivamente no período das 9:00 às 11:00 h em contraposição à mesma dieta oferecida das 18:00 às 20:00 h, é capaz de alterar a perda de peso, a composição corporal, o ritmo de cortisol, o gasto energético e o balanço nitrogenado. As pacientes foram internadas na Unidade Metabólica da Divisão de Nutrologia do Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP durante um período de 64 dias, sendo divididos em 3 internações de 18 dias. Na 1ª fase receberam dieta fracionada em 5 refeições /dia, considerada controle. Na 2ª fase, receberam a mesma dieta, no período das 9:00 às 11:00 h. E na 3ª fase receberam, também, a mesma dieta no período das 18:00 às 20:00 h. Entre uma internação e outra, as pacientes tiveram alta hospitalar por 5 dias, recebendo dieta domiciliar usual. Durante cada fase realizou-se dosagem de nitrogênio urinário e de cortisol salivar. Além disto, as pacientes foram submetidas à avaliação nutricional incluindo: antropometria, bioimpedância e calorimetria indireta. O cortisol salivar obedeceu ao mesmo ritmo nas 3 fases, tanto no 1º quanto no 18º dias de internação, apresentando o pico máximo às 8:00 h, diminuindo progressivamente até atingir o nadir às 21:00 h. Não houve alteração no ritmo do cortisol quando se alterou o horário da alimentação. Houve uma diminuição significativa (p<0,05) para todos os parâmetros antropométricos, exceto para o índice cintura/quadril durante as três fases, não havendo diferença entre as 3 fases. Houve, nas 3 internações, uma diminuição significativa tanto na quantidade de nitrogênio ingerido quanto na quantidade de nitrogênio excretado a partir do 4º dia de internação. No 10º dia de internação, o balanço nitrogenado estava negativo nas 3 fases da dieta. Não houve diferença entre as fases para ingestão, excreção ou balanço nitrogenado. Mudanças no padrão do horário da ingestão alimentar por períodos de 18 dias não foram estímulo suficiente para provocar diferentes alterações de peso, da composição corporal, da ritmicidade e níveis de produção de cortisol, da taxa metabólica de repouso e balanço nitrogenado em mulheres grau III.

ASSUNTO(S)

balanço nitrogenado cortisol cortisol dieta hipocalórica low-calorie diet nitrogen balance obesidade obesity resting metabolic rate taxa metabólica de repouso

Documentos Relacionados