Humanização no parto : o homem nordestino no nascimento do filho em um hospital público de Fortaleza-Ceará
AUTOR(ES)
ANTONIO EUSEBIO TEIXEIRA ROCHA
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
13/12/2010
RESUMO
O presente trabalho aborda a Política Nacional de Humanização do parto em um hospital público, destacando a inclusão do homem com a intervenção Parto Que Te Quero Perto. Põe foco no papel do homem na hora do parto e as mudanças sociais importantes que institucionalizam a cultura hospitalar na condução do nascimento de uma criança. Objetiva-se investigar o impacto do parto humanizado com a participação do pai no parto e a vivência do homem nordestino durante o pré-natal, parto e pós-parto, observando estereotipagens e estigmas vivenciados com a plasticidade dos preconceitos, num hospital público em Fortaleza-Ceará-Brasil. Estudo qualitativo, etnográfico, teve como cenário o Hospital Gonzaga Mota de Messejana em Fortaleza-CE, como também visitas domiciliares. Os dados foram coletados a partir da observação participante - O Percurso do Parto - acompanhando dez casais grávidos durante toda a trajetória hospitalar, e das narrativas de informanteschave: profissionais da saúde, funcionários do hospital e homens da comunidade. O período de coleta dos dados foi nos meses de janeiro a maio de 2010. Para a análise dos dados, empregou-se o método proposto por Bardin (2007). Comparando o impacto antes e depois da intervenção, detectou-se diferença no acesso do pai ao hospital público, nos preconceitos sobre a dominância masculina, no seu medo de enfrentar o parto e no cuidado familiar. Constatou-se uma imagem do homem nordestino como machista, grosseiro e insensível, e a exclusão do pai no parto por ser coisa de mulher. Porém, uma nova construção da masculinidade, do homem-companheiro e pai-cuidador está emergindo na periferia de Fortaleza-CE. Considera-se essa participação como um fato inato, mas que precisa ser (re)aprendido e estimulado para ele (re)assumir um papel que foi desvalorizado. Evidenciamse a luta de alguns profissionais no sentido de assegurar aos homens esse direito da experiência do nascimento do filho e a necessidade de uma participação maior do que a estabelecida na Lei Federal 11.108-2005. Depois da tecnologia do Parto Que Te Quero Perto, foi perceptível a mudança ou plasticidade dos preconceitos nessas caricaturas do homem cearense de baixa renda. Recomenda-se com esta experiência a valorização do processo de empoderamento do casal grávido que de posse dos conhecimentos necessários poderão se reconhecer como protagonistas principais do parto, lutando e se apropriando deste momento tão único em suas vidas.
ASSUNTO(S)
parto - dissertaÇÕes pais e filhos - dissertaÇÕes saude coletiva
ACESSO AO ARTIGO
http://www.unifor.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=867101Documentos Relacionados
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