Acolhimento de gestantes na prática de profissionais da estratégia saúde da família em Fortaleza-Ceará

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/12/2011

RESUMO

Este trabalho focaliza o acolhimento de gestantes na prática de profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e os seus propósitos convergiram para identificar a prática do acolhimento com as gestantes, realizada pelos profissionais na Estratégia Saúde da Família em Fortaleza-Ceará. A gestação é um período permeado por significados diversos e distintos, independentemente das circunstâncias pessoais, familiares e sociais que envolvem a grávida. Nesta investigação, utilizou-se o estudo transversal, com a participação de 241 profissionais (médicos, enfermeiros e dentistas) da ESF do Município de FortalezaCE, em 2011, abrangendo as unidades de saúde das seis Secretarias Executivas Regionais (SER) que compõe o sistema municipal de saúde. Utilizou-se um questionário estruturado contendo perguntas sobre variáveis sociodemográficas, formação profissional, tempo de trabalho na Saúde da Família, instrumentalização do profissional e questões sobre o acolhimento e autocuidado respondido por médicos, enfermeiros e dentistas. Criou-se uma classificação de indicadores de acolhimento total (respostas de oito itens) e parcial (menor ou igual a sete itens). A análise estatística foi descritiva, de tendência central e bivariada, com utilização do teste de correlação de Pearson e teste exato de Fisher. Foram adotados um p<0,05 e um nível de confiabilidade de 95%. A análise bivariada mensurou a associação entre as características sociodemográficas, formação profissional, tempo de trabalho, treinamento em acolhimento, com o desfecho da sugestão de indicadores do acolhimento total e parcial. Na caracterização dos participantes, houve predominância do sexo feminino (80,5%), idade média de 35,9 anos e desvio padrão DP de 6,1, o tempo de graduação de cinco a dez anos correspondeu a (45,4%), tempo de trabalho na ESF (64,3%) e com especialização em saúde coletiva e áreas afins (66,6%). Quanto à instrumentalização desses profissionais para o acolhimento, 74,5% nunca participaram de treinamentos; 60,2% não tiveram treinamento em acolhimento, 77% no período 2009 a 2011. Analisando sobre o uso de instrumentos de comunicação em sessões educativas, 71,7% dos médicos não fazem uso destes instrumentos. Entre os enfermeiros, este número se reduz para 24,1% e entre dentistas 40,8%. Dentre as regionais de saúde, A SER III destacou-se, realizando acolhimento total (27,9%) com predominância dos profissionais do sexo feminino (89,9%) representando significância estatística p=0,010, destacando-se o enfermeiro (81%), com p<0,001, com elevada relevância. Na SER VI foi evidenciado maior percentual (23,0%) relacionado ao acolhimento parcial, destacando-se os profissionais dentistas (42,8%), com relevância estatística p<0,001. Nas orientações sobre o autocuidado direcionadas pelos médicos, enfermeiros e dentistas no acolhimento total, prevaleceu o sexo feminino, representando p<0,001. O estudo conclui que o perfil sociodemográfico desses profissionais é de jovens, casados, sexo feminino, tempo de formado e de trabalho na ESF de cinco a dez anos e pósgraduados em Saúde Coletiva e áreas afins. Estes participantes apontaram lacunas na instrumentalização do conhecimento para o acolhimento às gestantes na consulta de pré-natal, refletindo nas tomadas de decisão.

ASSUNTO(S)

gravidez - dissertaÇÕes programa saÚde da famÍlia - dissertaÇÕes saÚde pÚblica - dissertaÇÕes saude coletiva

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