Frutos da castidade e da lascívia: as crianças abandonadas no Recife (1789-1832)
AUTOR(ES)
Nascimento, Alcileide Cabral do
FONTE
Revista Estudos Feministas
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-04
RESUMO
Este trabalho investiga o abandono de crianças no Recife, geradas nas relações castas e lascivas, sacramentadas e duvidosas, entre os anos de 1789 a 1832. Como provas da "fraqueza moral" ou "fruto da miséria", eram os "miúdos" abandonados às intempéries e aos animais carnívoros, deixados em portas de casas e igrejas, ruas e becos quando foi instituída a Casa dos Expostos que visava acolher e criá-los, salvaguardar a honra de moças de família e desestimular o infanticídio. Paradoxalmente, os discursos, as interdições e a normatização relativas à sexualidade e à religiosidade que regulavam a vida dos colonos foi também o esteio para o costume de se abandonar bebês. Os sinais e fragmentos desses "pequenos" são encontrados nos livros de batismos que falam de crianças sem família, vidas excedentes e indesejadas, como fica patente no alto índice de mortalidade dentro da Instituição.
ASSUNTO(S)
criança abandonada infanticídio políticas assistenciais religiosidade
Documentos Relacionados
- A sorte dos enjeitados: o combate ao infanticÃdio e a institucionalizaÃÃo da assistÃncia Ãs crianÃas abandonadas no Recife (1789-1832)
- A normatização da pobreza: crianças abandonadas e crianças infratoras
- Avaliação dos serviços de acolhimento institucional de crianças e adolescentes no Recife
- As agruras e aventuras dos recrutados no Recife (1822-1850)
- As repercussões psicossociais da cárie severa em crianças aos quatro anos de idade em Recife, Pernambuco, Brasil