Fatores de risco para mortalidade neonatal, em hospital de referência. / Risk factors for neonatal mortality in a referral hospital.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2011

RESUMO

A taxa de mortalidade infantil foi eleita como um dos mais importantes indicadores de saúde pela Organização Mundial de Saúde, durante Conferência de Alma-Ata, em 1978. O Brasil registra uma redução significativa da mortalidade infantil desde a década de 80. A queda mais expressiva em todas as regiões do país é no componente pós-neonatal, sendo os óbitos neonatais os representantes da maior parcela das mortes em menores de um ano. O conhecimento e análise dos fatores de risco para esses óbitos são componentes determinantes que devem ser considerados na elaboração de estratégias para a redução da mortalidade neonatal e infantil. O objetivo deste trabalho foi analisar fatores de risco para a mortalidade neonatal, em um hospital de referência em Fortaleza (Ceará), no período entre 2009 e 2010. A pesquisa foi realizada no setor de Epidemiologia do Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira, em Fortaleza-Ceará através de um estudo do tipo caso-controle. A amostra foi constituída por 106 óbitos neonatais e 466 controles. Foram analisadas as variáveis: idade da mãe (<20, 20-34 e 35 ou mais); ano de estudo da mãe (nenhum, um a três anos, quatro a sete anos, oito a 11 anos e doze ou mais); estado civil da mãe (solteira ou casada); número de consultas de pré-natal (nenhuma, uma a três, quatro a seis, sete ou mais); idade gestacional (22 a 27 semanas, 28 a 36 semanas; 37 ou mais); tipo de gestação (única ou múltipla); tipo de parto (vaginal ou cesário); sexo da criança (masculino ou feminino); raça/cor (branca,parda/preta); índice de Apgar no 5 minuto (<7, >=7); peso ao nascer (0 a 999g, 1000 a 1499g, 1500 a 2499g e 2.500 g ou mais). Para identificação dos óbitos ocorridos no período neonatal foi utilizada a técnica de linkage entre os bancos de dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados foram analisados, utilizando-se o Excel e o programa estatístico Data Analysis and Statistical Software. A análise descritiva das variáveis quantitativas segundo caso e controle contou com tabelas de dupla entrada e teste de quiquadrado. A análise dos fatores de risco para o óbito neonatal contou do cálculo de razão de odds (odds ratio). Uma vez exploradas as relações das variáveis bivariadas entre o desfecho e cada variável, foi conduzida a análise de regressão logística múltipla, utilizando a seleção hierarquizada de fatores. A taxa de mortalidade neonatal encontrada foi 27,59 por mil nascidos vivos, sendo 32,24 e 23,00 em 2009 e 2010 respectivamente. Deste total de 155 óbitos neonatais, 134 (86,45%) ocorreram no período neonatal precoce (antes de os recém-nascidos completarem 8 dias de vida) e 21 (13,45%) no período neonatal tardio, entre 08 e 28 dias de vida. Configuraram-se como fatores de risco as seguintes variáveis: menos que 7 consultas no período pré-natal, idade gestacional inferior à 37 semanas, índice de apgar menor que sete e peso ao nascer inferior a 2500g. Frente a estes resultados, percebeu-se que a mortalidade neonatal no hospital estudado é elevada. A assistência à mãe e ao feto no pré-natal e no parto podem ser considerados inadequados na população estudada. Sugere-se intervenções nestes aspectos como uma medida para reduzir os índices de mortalidade neonatal.

ASSUNTO(S)

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