Fatores críticos de sucesso como antecedentes da aceitação de um sistema de informação em uma universidade federal

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Nas últimas décadas o setor público vem sofrendo pressões com vistas a melhorar seu desempenho. A utilização da Tecnologia da Informação (TI) tem sido uma ferramenta cada vez mais empregada na tentativa de alcançar esse objetivo. Dessa forma, passou a ser uma importante questão nas organizações públicas, e em particular nas instituições de ensino superior, verificar quais fatores influenciam a aceitação e o uso da tecnologia, impactando no sucesso de sua implementação e nos resultados organizacionais almejados. O Modelo de Aceitação da Tecnologia TAM foi utilizado como base para o presente estudo e fundamenta-se nos construtos utilidade percebida e facilidade de uso percebida. No entanto, quando se trata de sistemas integrados de gestão, devido à complexidade de sua implantação, acrescentaram-se fatores organizacionais para assim buscar maior explicação da aceitação desses sistemas. Assim, acrescentaram-se ao modelo TAM cinco construtos relacionados aos fatores críticos de sucesso na implementação de sistemas ERP, são eles: apoio da alta administração, comunicação, treinamento, cooperação, e complexidade tecnológica (BUENO e SALMERON, 2008). Com base no exposto, lança-se o seguinte problema de pesquisa: quais fatores influenciam a aceitação e uso do SIE/módulo acadêmico na Universidade Federal do Pará, a partir da percepção dos usuários técnicos e docentes? O objetivo geral da pesquisa foi identificar a influência de fatores organizacionais e comportamentais como antecedentes da intenção comportamental de uso do SIE/módulo acadêmico na UFPA sob a perspectiva dos usuários docentes e técnicos. A presente pesquisa é aplicada, exploratória e descritiva, de natureza quantitativa com a aplicação de um survey, e a coleta de dados se deu por meio de questionário estruturado aplicado a uma amostra composta por 229 docentes e 30 técnico-administrativos. A análise de dados se deu através de estatísticas descritivas e modelagem de equação estrutural com a técnica de mínimos quadros parciais (Partial Least Square-PLS). Primeiramente efetuou-se a avaliação do modelo de mensuração, no qual foram verificadas a confiabilidade, validade convergente e discriminante para todos os indicadores e construtos. Em seguida, o modelo estrutural foi analisado, com a utilização de bootstrap como técnica de reamostragem. Na avaliação das significâncias estatísticas, todas as hipóteses formuladas foram suportadas. O coeficiente de determinação (R) foi considerado alto ou médio em 5 das 6 variáveis endógenas, assim o modelo consegue explicar 47,3% da variação da intenção comportamental. Ressalta-se que, dentre os antecedentes da intenção comportamental (BI) analisados no presente estudo, utilidade percebida é a variável que possui maior efeito sobre a intenção comportamental, seguida pela facilidade de uso (PEU) e a atitude (AT). Dentre os aspectos organizacionais (fatores críticos de sucesso) estudados, complexidade tecnológica (TC) e treinamento (TRE) foram aqueles com maior efeito sobre a intenção comportamental de usar, apesar desses efeitos serem inferiores aos produzidos pelos fatores comportamentais (originários do TAM). Destaca-se, ainda, que o apoio da alta administração (TMS) apresentou, entre todas as variáveis, o menor efeito sobre a intenção de usar (BI) e foi seguida pela comunicação (COM) e cooperação (CO), as quais exercem um baixo efeito sobre a intenção comportamental (BI). Portanto, conforme outros estudos, os construtos relativos ao TAM mostraram-se adequados para a presente pesquisa. Dessa maneira, o estudo contribuiu no sentido de demonstrar indícios de que o Modelo de Aceitação da Tecnologia pode ser aplicado à predição da aceitação de sistemas integrados de gestão, mesmo em organizações públicas.

ASSUNTO(S)

modelo de aceitação da tecnologia (tam) sistemas integrados de gestão (erp) modelagem de equação estrutural (mee) administracao technology acceptance model (tam) enterprise resource planning (erp) structural equation modeling (sem)

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