Fatores associados à transmissão vertical da infecção pelo HIV e manifestações clínicas em crianças notificadas no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, 2005-2008

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/06/2011

RESUMO

Introdução: O principal indicador de monitoramento da redução da infecção pelo HIV em crianças é a taxa de incidência de AIDS em menores de cinco anos de idade. Objetivos: Descrever o perfil das crianças atendidas do SAE de AIDS pediátrico do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) em relação à infecção pelo HIV nas crianças e as manifestações clínicas diagnosticadas. Metodologia: Estudo descritivo realizado com crianças expostas à infecção pelo HIV por via vertical acompanhadas no Serviço de Assistência Especializado em AIDS Pediátrica de um hospital público em Vitória (ES), no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008. O questionário utilizado continha perguntas sobre dados clínicos da mãe e da criança. As comparações entre os casos positivos de HIV e os casos que negativaram foram testadas através de testes de qui-quadrado. Odds Ratio e intervalos de confiança foram calculados e análise multivariada de regressão logística foram utilizados. Resultados: Duzentas e vinte e uma crianças (97,8%) foram expostas ao HIV durante a gestação ou parto. Um total de 47 (21,3%) crianças foi diagnosticado como doente de AIDS, sendo que 28 (56%) já entraram no serviço com o diagnóstico e 22 (44%) soroconverteram no período de seguimento. A frequência de infecção de HIV foi de 21,3% (IC 95% 15,9%-26,7%). Um total de 193 (87,3%) crianças deram entrada no serviço no primeiro ano de vida, 51,1% vs. 97,1% (p<0,001), quando comparamos os casos de AIDS com aqueles com sorologia negativa. Em relação às mães das crianças incluídas no estudo, o diagnóstico da infecção pelo HIV foi feito antes da gravidez em 97 (43,9%) casos e em 56 (25,3%) durante o pré-natal. Entre os fatores independentemente associados com a transmissão vertical do HIV: ter entrado no serviço antes do primeiro ano de vida [OR=0,08 (0,170,37)], estar vivo [OR=0,12 (0,310,47)] e ter feito a profilaxia completa [OR=0,29 (0,09-0,97)] foram fatores protetores, enquanto que ter nascido de parto vaginal [OR=4,45 (1,4713,47)] foi fator de risco para a infecção pelo HIV. Em relação às manifestações clínicas nas crianças, a mais frequente foi ter anemia por mais de 30 dias (65,9%), seguida pela síndrome de emaciação (59,6%) e meningite bacteriana, pneumonia ou sepse (57,4%). Dezesseis crianças (32%) foram classificadas como da categoria C3, a mais grave de todas. Conclusão: Os resultados mostraram uma alta frequência de infecção pelo HIV entre as crianças. Fazer a profilaxia completa e ter idade de entrada no serviço menor que 1 ano foram fatores de proteção e ter nascido de parto por via vaginal foi fator de risco para a infecção. Grande parte das crianças infectadas apresentaram manifestações moderadas e graves da AIDS, demonstrando a importância do monitoramento constante das medidas profiláticas para a mãe e a criança para o controle da aids em crianças

ASSUNTO(S)

hiv aids crianças sinais e sintomas hiv aids children signs and symptoms doencas infecciosas e parasitarias

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