Prevalência de resistência primária em pacientes HIV-1 positivos com diferentes subtipos virais no extremo sul do Brasil 2005-2008

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/12/2010

RESUMO

O Brasil tem um programa modelo de prevenção, diagnóstico e tratamento da infecção pelo HIV-1 e os monitoramentos regionais da epidemiologia molecular e da resistência transmitida às drogas (RTD) são primordiais. No estudo de mutações do HIV-1 são habitualmente incluídas as regiões da protease (PR) e polimerásica da transcriptase reversa (TR), mas estudos recentes indicam que mutações nos domínios C-terminais da TR podem contribuir para a resistência primária ou compensatória na presença ou ausência de mutações aos análogos timidínicos (TAM). Em relação à heterogeneidade genética do HIV-1, a região Sul apresenta um padrão diferente do Brasil, com predomínio do subtipo C, seguido pelo B, formas recombinantes e subtipo F1. Objetivos: avaliar a prevalência de RTD em pacientes com diagnóstico recente de infecção pelo HIV-1 com diferentes subtipos virais no extremo sul do Brasil e correlacionar estes dados com as características demográficas, comportamentais, clínicas e laboratoriais da população estudada. Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo transversal com pacientes virgens de TARV diagnosticados entre janeiro-2005 e dezembro- 2008 no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (RS). Foram sequenciadas as regiões genômicas virais referentes à protease (PR) e regiões polimerásica, Conexão (CN) e RNase H da TR. O subtipo viral foi determinado usando sequências-referência obtidas na base de dados de Los Alamos. Sequências em que o subtipo atribuído variava em função da região genômica foram submetidas à análises de recombinação no programa Simplot. A pesquisa de mutações de RTD foi feita na base de dados de HIV de Stanford e analisada segundo o algoritmo específico para RTD. Nos domínios CN e RNAse H, as mutações consideradas nesta pesquisa foram: N348I; 360V; T369I/V; A371V. A400T na CN e I506L, Q509L; Q547K na RNaseH. Um banco de dados com as variáveis estudadas foi montado no programa Excel para posterior análise estatística no programa Stata 9.2. Para estudar a associação dos subtipos e das mutações de resistência com as variáveis incluídas foram usados os testes de qui-quadrado, exato de Fisher, t de Student e o teste não-paramétrico de Kruskal- Wallis. Resultados: foram obtidas análises moleculares de 245 isolados e a correlação com os dados clínicos foi estudada em 233 pacientes. Destes, 46,8% preenchiam critérios de Aids. O subtipo C foi responsável por 56,3% das infecções e associado com transmissão heterossexual (p=0,001) e maior contagem de LTCD4+ (p=0,02). A prevalência de RTD no domínio polimerásico da TR e PR foi de 6,56%, com 3,45% aos INTRs e INNTRs; 1,42% para IP e 1,64% MDR. Na região da CN, a prevalência de resistência foi de 36%, com 3,65% para A371V; 1,82% para T369I/V e 32,92% para A400T. No domínio RNase H a prevalência de resistência foi de 3,57%, com 2,98% para Q547K e 0,60% para I506L. As mutações A360V; N348I e Q509L não foram encontradas. A associação de mutações de resistência nos domínios C-terminais com os subtipos mostrou que o C teve menor RTD na CN (p = 0,001) às custas da substituição A400T, presente em 36% dos isolados, que teve menor prevalência neste subtipo (p = 0,001) e na RNase H (p = 0,003). Conclusões: A epidemiologia molecular do HIV-1 no extremo sul do Brasil encontra-se estabilizada com predomínio do subtipo C. Este é o 1º estudo mostrando associação entre o subtipo C e a transmissão heterossexual do HIV-1 no Brasil. A prevalência de RTD na região polimerásica da TR e PR é baixa e não foi associada com os subtipos. Entretanto, nos domínios C-terminais houve associação significativa entre RTD e subtipos virais.

ASSUNTO(S)

medicina tropical. hiv-1 decs resistência a medicamentos decs infecções por hiv decs infecções por hiv/transmissão decs epidemiologia molecular decs brasil decs diagnóstico precoce decs caracteristicas da população decs prevalência decs dissertações acadêmicas decs tese da faculdade de medicina da ufmg

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