Family planning of women bearers of mental disorder / Planejamento familiar de mulheres portadoras de transtorno mental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Promover assistÃncia ao planejamento familiar (PF) de mulheres portadoras de transtorno mental, contextualizando-as sob o ponto de vista de internaÃÃes hospitalares, autonomia prejudicada e limitaÃÃes de suas funÃÃes no cuidado de si à um desafio. Todavia, a ConstituiÃÃo Federal assegura que a assistÃncia ao PF à um direito de todo cidadÃo. Mulheres com transtorno mental sÃo vulnerÃveis a gravidez nÃo planejada pelo juÃzo crÃtico prejudicado nos surtos psicÃticos; pela dificuldade em estabelecer uniÃes estÃveis; pela hipersexualidade; e baixa auto-estima. Estudos demonstram maiores taxas de transtornos de ansiedade e do humor, em mulheres. Doravante o exposto foram elaboradas as seguintes questÃes: quais as condiÃÃes socioeconÃmicas e gineco-obstÃtricas de mulheres com transtorno mental? Qual o perfil psiquiÃtrico e de planejamento familiar do grupo estudado? Haveria associaÃÃo entre os diferentes diagnÃsticos mÃdico de transtorno mental com histÃria e freqÃÃncia de internaÃÃes e com o uso correto/incorreto dos mÃtodos anticoncepcionais? Para responder a tais indagaÃÃes definiu-se por realizar a presente pesquisa com os objetivos de identificar condiÃÃes sociodemogrÃficas de mulheres portadoras de transtorno mental; verificar aspectos do histÃrico psiquiÃtrico do grupo estudado; identificar perfil gineco-obstÃtrico e do planejamento familiar de mulheres portadoras de transtorno mental; e averiguar a existÃncia ou nÃo de associaÃÃo entre o diagnÃstico mÃdico de transtorno mental com histÃria e freqÃÃncia de internaÃÃes e com o uso correto/incorreto dos mÃtodos anticoncepcionais. O estudo transversal, documental e de campo foi desenvolvido em um Centro de AtenÃÃo Psicossocial (CAPS), que compÃe o Sistema de SaÃde de Fortaleza-CE. A populaÃÃo correspondeu a 748 pacientes com diagnÃstico de transtorno mental. A amostra foi composta de 255 mulheres em idade fÃrtil (10 a 49 anos), fora de comportamento psicÃtico e/ou mediadas por um familiar ou responsÃvel. Os dados foram coletados no prontuÃrio e atravÃs de entrevista semi-estruturada; foram processados no Programa SPSS versÃo 11.0. A mÃdia de idade das mulheres foi de 35,04; 74 (28,4%) nÃo possuÃam estudo ou tinham escolaridade baixa; a renda familiar de 114 (44,7%) foi inferior a um salÃrio mÃnimo; 179 (70,2%) tinham como ocupaÃÃo as atividades domÃsticas; 119 (46,7%) eram casadas e 114 (44,7%) tinham companheiros eventuais. O diagnÃstico mÃdico predominante foi o transtorno de humor, com 125 (49,0%), seguido da esquizofrenia e de outros transtornos psicÃticos, com 60 (23,6%). Mais da metade das mulheres jà havia se submetido à internaÃÃo psiquiÃtrica, com freqÃÃncia que variou de um atà mais de 11 eventos; 246 (96,5%) faziam uso de medicaÃÃes psicotrÃpicas. A gravidez foi evento comum em 144 (56,5%) das mulheres, sendo que somente 34 (23,6%) dessas gestaÃÃes foram planejadas. Somente 15 (5,9%) mulheres estavam, no decorrer da pesquisa, sendo acompanhadas em planejamento familiar e 35 (13,7%) faziam uso de mÃtodo anticoncepcional (pÃlula, preservativo masculino ou injetÃvel), embora, 233 (91,4%), tivessem vida sexual ativa. NÃo houve associaÃÃo estatÃstica significante entre os diferentes diagnÃsticos mÃdico com freqÃÃncia de internaÃÃes e com o uso correto/incorreto dos mÃtodos anticoncepcionais. Os resultados indicam que à necessÃrio intervir no modelo vigente de atenÃÃo à saÃde das mulheres portadoras de transtorno mental, visando uma assistÃncia mais integral, amparada na proposta da reforma psiquiÃtrica e do cumprimento dos direitos sexuais e reprodutivos.

ASSUNTO(S)

women saÃde de grupos especÃficos family planning planejamento familiar anticoncepÃÃo saÃde do portador de deficiÃncia ou incapacidade enfermagem mental disorder saÃde sexual e reprodutiva mulheres saÃde mental transtorno mental

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