Expressão da ciclo-oxigenase-2 e do Ki67 em tumores benigno, borderline e maligno de ovario

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: A hipótese mais aceita atualmente na carcinogênese ovariana é a da ovulação incessante. O traumatismo causado pela ruptura do folículo ovulatório no epitélio ovariano requer uma reparação imediata, levando a uma reação inflamatória. A Ciclo-oxigenase-2 (COX-2), enzima envolvida na inflamação e outros processos patológicos, catalisa a formação de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico e parece estar relacionada à carcinogênese de diversas neoplasias, entre elas a de ovário. Objetivos: Avaliar se os tumores serosos e mucinosos de ovário expressam a COX-2 de maneira crescente quando se comparam tumores benigno, borderline e maligno, e investigar se existe alguma relação entre a expressão da COX-2 e a proliferação celular do tumor avaliada pela expressão do Ki67. Sujeitos e métodos: Para este estudo de corte transversal foram selecionados os blocos cirúrgicos das pacientes submetidas à laparotomia por tumor de ovário seroso ou mucinoso, benigno, borderline ou maligno entre janeiro de 1997 a dezembro de 2003. O estudo foi realizado nos Departamentos de Anatomia Patológica e de Tocoginecologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, Brasil. Foram incluídos neste estudo 113 tumores serosos de ovário (67 benignos, 15 borderline e 31 malignos) e 85 tumores mucinosos de ovário (48 benignos, 28 borderline e 9 malignos). Todas as lâminas obtidas dos espécimes cirúrgicos foram revisadas por um patologista para confirmar o diagnóstico histológico. As expressões da COX-2 e do Ki67 foram obtidas através de reações de imunoistoquímica nestes cortes de tumores epiteliais ovarianos conservados em parafina. Resultados: Houve um aumento da expressão da COX-2 na progressão dos tumores benigno para maligno, tanto no seroso quanto nos mucinoso, mais evidente no mucinoso (p<0,001). Comparando os tipos histológicos, a expressão da COX-2 foi mais acentuada nos tumores benignos serosos do que nos mucinosos (p<0,01), mas esta diferença não foi significativa para os tumores borderline (p=0,11) ou malignos (p=0,71). Houve um aumento progressivo na expressão do Ki67 de acordo com o aumento do gradiente histológico para os tumores serosos (p<0,01) e mucinosos (p<0,01), mas esta maior expressão não se correlacionou com a da COX-2 no presente estudo (p=0,78). Conclusões: Houve uma maior expressão de COX-2 em tumores de ovário seroso do que no mucinoso. A positividade da COX-2 aumenta com a progressão do gradiente morfológico, do benigno para o maligno em ambos os tipos histológicos, mas foi mais acentuada no tumor mucinoso, sugerindo diferentes vias oncogênicas relacionados aos diferentes tipos histológicos. Como a COX-2, a expressão do Ki67 também mostrou maior positividade do tumor benigno para maligno, mas uma correlação entre a expressão da COX-2 e Ki67 não foi encontrada, sugerindo que a COX-2 pode ser necessária para a carcinogênese, mas esta via não é responsável pela proliferação celular em carcinomas ovarianos

ASSUNTO(S)

ovarios - cancer tumor borderline de ovario ovarios

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