Etnomatemática e curriculo escolar: problematizando uma experiência pedagógica com alunos de 5 série

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Esta dissertação tem como propósito problematizar uma experiência pedagógica realizada com alunos da 5 série do Ensino Fundamental da escola Dr. Ramiro Fortes Barcelos, situada na vila da PEJ, no município de Charqueadas, estado do Rio Grande do Sul. A experiência teve como centro a cultura da violência, e sua análise foi realizada tendo como suporte o campo da Etnomatemática e as teorizações contemporâneas sobre currículo. Apoiada nesse referencial, busquei dar sentido ao que enunciaram sobre a violência aqueles que participaram do trabalho pedagógico desenvolvido em aproximadamente 100 horas/aula. A dissertação está organizada em quatro capítulos. No primeiro, descrevo a construção da pesquisa através do relato da minha trajetória pessoal, profissional e acadêmica e apresento o campo teórico que me ajudou a realizar a parte empírica e posteriormente analisá-la. No segundo capítulo, descrevo o contexto onde se realizou o estudo e relato a parte empírica da pesquisa. Apresento a história da cidade de Charqueadas e a da vila dos presídios, bem como as discriminações e distanciamentos existentes entre as comunidades destes dois lugares. Descrevo a escola na qual realizei o trabalho e relato a experiência pedagógica que desenvolvi, centrada na cultura da violência. No terceiro capítulo, trago o resultado da análise que realizei com as narrativas dos participantes da pesquisa sobre a cultura da violência. A análise do material levou-me a construir três unidades de sentido relativas ao tema: 1) A disciplina como instrumento para minimizar ou combater a violência; 2) a escola e a família como lugares de disciplinamento; e 3) a prisão como lugar de correção. Para discuti-las busquei apoiar-me na obra de Foucault Vigiar e Punir (1987), no qual escreve sobre a disciplina e a prisão, e em autores como Veiga-Neto e Haroldo de Resende, Maurício Alves da Fonseca, Júlia Varela e Fernando Alvarez-Uria, cujas teorizações têm influência do filósofo. Ainda neste capítulo analiso como a experiência possibilitou as condições para que os participantes narrassem sobre os seus modos de viver, e também sobre a cultura da violência. No quarto e último capítulo, faço algumas reflexões sobre a minha experiência como pesquisadora e como professora de matemática, considerando as problematizações de um trabalho na perspectiva da Etnomatemática. Relato, também, como esta experiência pedagógica, a qual realizei como parte empírica da dissertação, teve continuidade na escola, extrapolando os limites das aulas de matemática

ASSUNTO(S)

educacao etnomatemática escola currículos experiencia pedagógica cultura da violência

Documentos Relacionados