Estudo do efeito do envelhecimento sobre a capacidade das células dendríticas estimularem células T

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O envelhecimento está associado com o declínio progressivo nas funções do sistema imunológico (imunosenescência), tanto na imunidade humoral quanto na imunidade mediada por células, resultando em maior suscetibilidade a infecções e câncer, além da diminuição na capacidade de responder a vacinas. As células dendríticas (DCs) são as mais poderosas e eficientes apresentadoras de antígenos (APC), desempenhando um papel primordial na apresentação e conseqüente resposta imune mediada por células T. Poucos estudos enfocam a atividade das células dendríticas no envelhecimento, sendo que a maioria dos dados são relativos às funções das células T. As interações entre as células dendríticas e as células T afetam o processamento e consequente apresentação de antígenos, influenciando a efetividade das respostas imunes mediadas por células T. Este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade estimulatória de células dendríticas de camundongos velhos em uma resposta específica T CD4+ comparada à resposta imune de camundongos jovens. Para isso, células T de camundongos transgênicos TEa, específicas para o complexo Ea:IAb foram transferidas para camundongos normais C57Bl/6, células T de camundongos jovens para animais velhos e jovens, e células T de camundongos velhos para animais velhos e jovens. Os resultados demonstram que, após imunização com o antígeno EaRFP, tanto as células T jovens quanto as células T velhas foram estimuladas de modo semelhante por células dendríticas jovens. Contudo, células dendríticas de animais velhos não foram capazes de estimular suficientemente as células T de animais velhos nem mesmo as células T de animais jovens. Enquanto ambas as células T, jovens e velhas, adquiriram o fenótipo CD44+ quando transferidas para os animais jovens, células T jovens transferidas para animais velhos não adquiriram o mesmo fenótipo. Esse fato sugeriu que células dendríticas de animais velhos possuem baixa capacidade de estimular células T, mesmo que essas células venham de um animal jovem. Nós hipotetizamos que esse resultado poderia estar ligado a um número extremamente diminuído de células dendríticas nos animais velhos, ou ainda em uma deficiência em um dos sinais fornecidos pelas células dendríticas no priming de linfócitos T (apresentação de antígeno ou sinais coestimulatórios). O número total de células dendríticas foi significativamente menor em camundongos velhos comparado a camundongos jovens. Além disso, o número de células apresentando antígeno foi menor no linfonodo drenante de animais velhos, e a expressão de CD86 por células dendríticas de animais velhos não foi diferente da dos animais jovens. Os resultados sugerem que a diminuição da capacidade de apresentação de antígeno apresentada no envelhecimento é crítica para a perda do potencial estimulatório de células T CD4+ por células dendríticas.

ASSUNTO(S)

ratos - experiÊncias envelhecimento biologia geral biologia celular sistema imune linfÓcitos t cÉlulas dendrÍticas

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