Estudo da efetividade de um programa de triagem auditiva neonatal universal / Effectiveness study of the universal newborn hearing screening

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A Unicamp realiza a Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), através de uma parceria entre o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Professor Gabriel Porto (CEPRE), desde maio de 2002, com o objetivo de detectar precocemente possíveis alterações auditivas e, nos casos positivos, realizar o encaminhamento para programas adequados de reabilitação. Para a conclusão do processo diagnóstico é necessária a participação familiar em todo processo, no entanto, quando é necessário reavaliar a audição da criança, devido ao resultado negativo ou inconclusivo da primeira triagem, observa-se a insuficiente participação das famílias. Este estudo descritivo teve como objetivo compreender a ausência das mães dos lactentes, nascidos entre maio de 2002 a junho de 2004, ao retorno para segunda avaliação auditiva, através da caracterização do perfil sócio-demográfico das mães que receberam a orientação de retorno para segunda avaliação auditiva de seus filhos; da comparação do perfil das mães de acordo com o comparecimento ou não à segunda avaliação e apreensão dos motivos alegados por algumas mães para o não comparecimento. Utilizou-se como base de dados o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do município de Campinas a partir do qual selecionou-se três mães de lactentes que não retornaram para a segunda avaliação auditiva, de acordo com as características predominantes desse subgrupo, e as mesmas foram entrevistadas a fim de identificar sobre os motivos que justificaram seu não comparecimento. Houve no período estudado 6.231 nascimentos, desse conjunto, 770 dos submetidos à TANU, necessitariam retornar para segunda avaliação, 319 (41,4%) de mães não compareceram a segunda avaliação auditiva. Identificou-se que a maioria das mães reside na região norte do município de Campinas, 55,3% possui de quatro a sete anos de estudo e a maioria, 82,8%, não exerce atividade remunerada. A análise estatística revelou que as mães que possuem mais de um filho, que freqüentaram de uma a três consultas do pré-natal e vivem sem companheiro, retornaram menos ao serviço. As alegações das mães para o não retorno à segunda avaliação auditiva relacionam-se à percepção de não necessidade de comparecer ao serviço, uma vez que consideram passível identificar eventuais comprometimentos através da observação e avaliação em casa e à não lembrança de terem recebido orientação ou encaminhamento para um retorno. Considera-se necessário um processo de conscientização, através da promoção de informações e orientações às gestantes e mães de lactentes que esclareçam as maneiras pelas quais é possível identificar alterações no desenvolvimento infantil e na aquisição da linguagem. A educação materna visaria tornar as famílias aliadas dos serviços de saúde na busca pela detecção precoce das alterações auditivas. Acredita-se que a construção da consciência sanitária torna possível a tomada de consciência da saúde como direito e a participação popular como mecanismo fundamental nesse processo.

ASSUNTO(S)

hearing loss perda auditiva effectiveness efetividade early diagnosis health services acessibility acesso aos serviços de saude diagnostico precoce

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