Estrutura organizacional, orientações para exploitation e exploration e tipos de inovações em institutos de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/02/2011

RESUMO

Este estudo examina como a estrutura organizacional, mecânica ou orgânica, e as orientações para exploitation e exploration do conhecimento organizacional podem explicar as inovações em institutos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tecnológicos concentrados em serviços e produtos ligados à internet, software, hardware, telecomunicações (Telecom), tecnologia da informação (TI) e automação. Tem como objetivo caracterizar e classificar esses institutos, de acordo com os modelos e as orientações relativas ao conhecimento organizacional adotados. Para tanto, a pesquisa apresenta duas etapas: qualitativa e quantitativa. A etapa qualitativa foi conduzida com a utilização de quatro estudos de casos, sendo dois institutos nacionais, um privado e um público, e mais dois privados estrangeiros sediados no Brasil, mediante a utilização de um roteiro semiestruturado. Para análise dos dados, adota-se a análise de conteúdo, análise das dimensões e observação não-participante. Com base nos achados desta fase, realizou-se a etapa quantitativa, por meio da aplicação de um questionário em 17 institutos de P&D, cujo universo era de 44. Este questionário está estruturado fechado e incorporava um conjunto de assertivas mensuradas, segundo uma escala tipo Likert, com sete pontos. Esta análise é descritiva e complementada com dados secundários, por meio da pesquisa nos website dos institutos. Neste sentido, para as análises, é adotada a técnica da triangulação dos dados, visando à obtenção de maior fidedignidade nos resultados. Os resultados revelaram predominância do modelo orgânico em 19 de 21 dos institutos estudados, compreendendo as duas etapas. Contudo, verifica-se também que, apesar da forte orientação para o modelo orgânico, há elementos do modelo mecânico: revelam capacidade combinatória em utilizar a burocracia sem, no entanto, deixar de ser flexível. Dois dos institutos apresentam a configuração mecânica não demonstrando capacidade de combinação, isto é, a base é a burocracia, a padronização, a formalização e a especialização. Considerando as orientações para exploitation e exploration é possivel identificar e concluir que os institutos tendem a ter orientações para exploration, mas apresentam focos em exploitation, como é o caso de eficiência relativa aos processos e às rotinas de trabalho padronizados. As quatro proposições levantadas para esta etapa da pesquisa, foram confirmadas em 14 institutos e ratificadas nos achados da etapa qualitativa. Quanto à classificação dos 21 institutos pesquisados, pode-se afirmar que o foco de atuação é predominantemente em serviços e produtos. No que diz respeito à vocação dos institutos, onze se revelam voltados para P&D com inovações radicais e incrementais. Entretanto, em nove destes casos é possivel afirmar que a vocação é D, desenvolvimento. A contribuição desta tese se revela, do ponto de vista acadêmico, na discussão do papel dos modelos de estruturas organizacionais e de orientações para exploitation e exploration na busca de possíveis lacunas entre a teoria e a aplicação: do ponto de vista empresarial, destina-se ao entendimento de como esses fatores são fundamentais para o desenvolvimento da inovação e da competitividade. Supõe-se que estes possam ter implicações no desempenho e na viabilidade econômica dos Institutos de P&D, uma vez que inovação é o seu negócio.

ASSUNTO(S)

estrutura organizacional exploitation e exploration inovação instituto de p&d tecnológico organization structure exploitation and exploration innovation r&d institute of technology administracao

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