Estratégias pedagógicas inclusivas para crianças com paralisia cerebral na educação infantil.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, entendida não apenas como a garantia legal do direito ao acesso, mas também da permanência e do sucesso no processo de escolarização na classe comum da escola regular, ainda é uma meta muito distante da realidade de nossas escolas. Os sistemas educacionais, as escolas e os professores ainda encontram muitas dificuldades em prover os recursos necessários para garantir um processo bem sucedido de inclusão escolar. Um das dificuldades encontradas tem sido o desconhecimento dos professores sobre o que eles poderiam fazer para aumentar a participação, garantir acesso ao currículo e favorecer a integração e aceitação pelo grupo dos alunos com necessidades educacionais especiais. O presente estudo teve como objetivo descrever e analisar como está sendo implementado o processo de inclusão na educação infantil de crianças com paralisia cerebral; enfocou especificamente as estratégias pedagógicas que estão sendo utilizadas para atender as necessidades dessas crianças com vistas a garantir o acesso, a permanência, bem como a participação nas atividades propostas em sala de aula. Participaram do estudo três professoras da rede municipal de educação infantil de São Carlos que possuíam crianças com paralisia cerebral. O estudo, de natureza qualitativa, baseado no referencial etnográfico, envolveu um delineamento com três etapas. Na primeira, denominada de preliminar, foram conduzidos os procedimentos éticos que regem as pesquisas com seres humanos. Na segunda, foram iniciadas a observação e registro das estratégias pedagógicas, durante 22 sessões de observação natural na sala de aula, registradas em um protocolo específico e em anotações em diário de campo. Na terceira e última etapa, procedeu-se à investigação sobre a percepção das professoras sobre suas próprias estratégias e sobre a viabilidade das estratégias apontadas na literatura, através de sessões individuais de entrevistas com as três professoras. Os dados de observação e da entrevista foram interpretados e discutidos na forma de relatos de três casos envolvendo cada uma das díades professor-aluno. De modo geral, os resultados demonstraram que as respostas que as escolas vêm dando às necessidades educacionais especiais de crianças com paralisia cerebral ainda parecem mínimas. A possibilidade mais viável parece ser a implementação de estratégias de ensino diversificado, que entretanto ainda está muito mais na dependência da boa vontade e competência do professor de classe comum. Constatamos ainda que há um descompasso entre o que os professores dizem fazer e o que se observa de sua prática em relação às estratégias pedagógicas utilizadas para as crianças com paralisia cerebral. Parece que eles desconhecem como o ensino pode ser diferenciado para atender seus alunos; existe no geral, uma idéia de que a igualdade de condições é o princípio a ser seguido. A discussão aponta caminhos para a melhoria nas condições de ensino de modo a favorecer a escolarização desta população em ambientes inclusivos.

ASSUNTO(S)

educacao especial educação infantil estudo etnográfico special education brain paralysis paralisia cerebral nas crianças child education estratégias pedogógicas educação especial - inclusão school inclusion pedagogical

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