Espectro da doenÃa hepÃtico-gordurosa nÃo alcoÃlica em obesos mÃrbidos: prevalÃncia e fatores associados / Spectrum of non-alcoholic fatty liver disease in morbidly obese: prevalence and associated factors

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A doenÃa hepÃtico-gordurosa nÃo alcoÃlica (DHGNA) tornou-se um desafio para todos os que se dedicam ao estudo de doenÃas hepÃticas. A etiopatogenia multifatorial, ainda nÃo totalmente elucidada, a falta de consenso quanto à terminologia, à classificaÃÃo e a tratamentos, particularmente, nesta categoria de obesos mÃrbidos, sÃo alguns entre outros aspectos que poderiam ser citados, para justificar o interesse crescente. Desde os primeiros estudos, a obesidade vem sendo relatada como um importante fator associado ao desenvolvimento da DHGNA. Este fato constitui importante aspecto na medida em que a obesidade vem se tornando motivo de preocupaÃÃo crescente em todo o mundo. No presente estudo, foram determinadas a prevalÃncia da DHGNA e da esteato-hepatite nÃo alcoÃlica (EHNA), em uma amostra de pacientes portadores de obesidade mÃrbida, submetidos à cirurgia de gastroplastia redutora, nos quais outras causas de doenÃa hepÃtica foram excluÃdas. Foi objetivo deste estudo, tambÃm, identificar fatores demogrÃficos, antropomÃtricos, e laboratoriais associados ao espectro da doenÃa. Foi evidenciada elevada prevalÃncia da DHGNA, 95% (57/60) na amostra estudada. Esteatose foi critÃrio mÃnimo para o diagnÃstico histopatolÃgico de DHGNA, e o diagnÃstico de EHNA requereu a presenÃa de esteatose, inflamaÃÃo lobular e balonizacÃo hepatocitÃria, tambÃm, como critÃrios mÃnimos histolÃgicos. Foi constatada que a prevalÃncia da EHNA foi, particularmente, elevada no grupo estudado, 66,7% (40/60). Foi observado, contudo, grau leve de EHNA em 80% (32/40) dos casos diagnosticados. O estÃgio de fibrose sà foi evidenciado em 7,5% (3/40) da amostra com EHNA, e cirrose nÃo foi detectada em nenhum paciente. Os seguintes parÃmetros estiveram associados ao grau de esteatose na anÃlise univariada: idade, sÃndrome metabÃlica, circunferÃncia da cintura, HDL-C (inversamente), triglicÃrides, ALT, γGT e ferritina plasmÃtica. Contudo, apÃs submeter estas variÃveis à anÃlise de regressÃo logÃstica, apenas a GGT foi significante e independentemente associada ao grau de esteatose. As seguintes variÃveis categÃricas e contÃnuas mostraram-se associadas com a EHNA na anÃlise univariada: diabetes combinada com pacientes mostrando elevaÃÃo na glicemia de jejum; triglicÃrides e ALT. Usando regressÃo logÃstica, nenhuma das variÃveis permaneceu significativamente associada. Em resumo, foi encontrada uma elevada prevalÃncia de DHGNA e de EHNA nesta categoria de obesos. Sabendo-se que portadores desta entidade apresentam maior risco de progressÃo para cirrose, propÃe-se que a biÃpsia hepÃtica seja realizada como procedimento de rotina nas cirurgias bariÃtricas. O objetivo seria delinear a modalidade de acompanhamento clÃnico necessÃria, obter informaÃÃes prognÃsticas relevantes e auxiliar na seleÃÃo de pacientes para inclusÃo em protocolos de tratamento. Estendendo estes resultados para toda a categoria de obesos mÃrbidos propÃe-se, ainda, seguimento clÃnico cuidadoso dos parÃmetros hepÃticos para este grupo

ASSUNTO(S)

obesity, morbid fatty liver esteato-hapatite nÃo-alcoÃlica â obesos mÃrbidos doenÃa hepÃtica gordurosa nÃo alcoÃlica â obesos mÃrbidos fÃgado gorduroso obesidade mÃrbida medicina hepatitis hepatopatias esteatose hepÃtica â obesos mÃrbidos

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