Epidemiologia e distribuiÃÃo espacial da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil, 1999 a 2007 / Epidemiology and spatial distribution of mortality related to Chagas disease in Brazil from 1999 to 2007

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/10/2011

RESUMO

A doenÃa de Chagas continua sendo uma DoenÃa Tropical Negligenciada e um problema de saÃde pÃblica, com significativas implicaÃÃes socioeconÃmicas na maioria dos paÃses latinoamericanos, incluindo o Brasil. Objetivou-se caracterizar a magnitude e os padrÃes da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil. Foi realizado estudo descritivo e analÃtico com dados de mortalidade obtidos do Sistema de InformaÃÃo sobre Mortalidade do MinistÃrio da SaÃde (SIM/DATASUS/MS), alÃm de anÃlise espacial utilizando os municÃpios como unidades de observaÃÃo. Foram analisados todos os Ãbitos ocorridos no Brasil entre 1999 e 2007, nos quais a doenÃa de Chagas foi mencionada como causa bÃsica ou associada de morte. Foram calculados os coeficientes de mortalidade especÃficos e a mortalidade proporcional para analisar as tendÃncias temporais por meio de regressÃo polinomial. Investigaram-se os fatores associados ao Ãbito pela doenÃa de Chagas, comparando-os com os Ãbitos gerais. Foram descritas as causas de morte que frequentemente se associaram com a doenÃa de Chagas. Para anÃlise de autocorrelaÃÃo espacial foram utilizados os mÃtodos: Moran global, Getis-Ord General G, Moran local e estatÃstica Gi*. Entre 1999 e 2007, ocorreram 53.930 Ãbitos relacionados à doenÃa de Chagas no Brasil (44.543 como causa bÃsica e 9.387 como causa associada), com coeficiente mÃdio de mortalidade de 3,78/100.000 habitantes e mortalidade proporcional de 0,6%. Durante o perÃodo de estudo, a mortalidade apresentou tendÃncia de declÃnio a nÃvel nacional (p=0,011), porÃm com padrÃes diferenciados entre as regiÃes. Observou-se reduÃÃo da mortalidade nas regiÃes Centro-Oeste (p=0,001), Sudeste (p=0,007) e Sul (p=0,028), mas a regiÃo Nordeste apresentou tendÃncia de crescimento (p=0,047) e a regiÃo Norte apresentou tendÃncia de estabilidade (p=0,309). Na anÃlise multivariada foram independentemente associados à mortalidade: idade >30 anos (OR ajustada=10,60; IC 95%: 9,90-11,33; p<0,001); residir nos estados de Minas Gerais, GoiÃs e Distrito Federal (OR ajustada=4,89; IC 95%: 4,81-4,98; p<0,001); nÃo morar em capital de estado (OR ajustada=1,04; IC 95%: 1,02-1,06; p<0,001) e sexo masculino (OR ajustada=1,02; IC 95%: 1,00-1,03; p=0,045). As principais causas associadas à doenÃa de Chagas como causa bÃsica foram as complicaÃÃes diretas do envolvimento cardÃaco, como os transtornos de conduÃÃo/arritmias (41,4%) e a insuficiÃncia cardÃaca (37,7%). As doenÃas cerebrovasculares (13,2%), isquÃmicas do coraÃÃo (13,2%) e hipertensivas (9,3%) foram as principais causas bÃsicas nos Ãbitos em que a doenÃa de Chagas foi causa associada. A anÃlise espacial identificou um extenso agregado espacial (cluster) de alto risco para mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas envolvendo oito estados na regiÃo central do Brasil e mais quatro clusters menores. Apesar do declÃnio da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil, esta continua sendo uma importante causa de morte em Ãreas endÃmicas e com marcantes diferenÃas regionais. Com o declÃnio da transmissÃo vetorial, as deficiÃncias no sistema pÃblico para a prevenÃÃo, controle e tratamento da doenÃa de Chagas, principalmente nas regiÃes Norte e Nordeste, precisam ser superadas. O desafio à garantir acesso adequado aos serviÃos de saÃde e assistÃncia social para o grande nÃmero de indivÃduos com doenÃa de Chagas na fase crÃnica que se acumularam durante as Ãltimas dÃcadas.

ASSUNTO(S)

saude coletiva doenÃa de chagas epidemiologia distribuiÃÃo espacial da populaÃÃo estudos de sÃries temporais chagas disease mortality chagas disease epidemiology spatial distribution of population time-series studies mortalidade

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