Envolvimento do receptor opioide kapa na modulação da dor induzida pela formalina na ATM de ratas prenhas e na fase estro
AUTOR(ES)
Mariana Trevisani Arthuri Franco
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
O efeito dos hormônios sexuais na modulação da dor orofacial é ainda pouco compreendido. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi investigar o efeito das alterações hormonais decorrentes da gravidez e do antagonista de receptor k-opióide (kapa-opióide) sobre a sensibilidade ao teste da formalina na articulação temporomandibular (ATM) de ratas. Inicialmente as fêmeas em estro e as prenhas no 19º dia de gestação (n=8), receberam injeção de 50µl de formalina 1,5 % na ATM direita. Posteriormente o antagonista seletivo de receptor k-opióide, nor-BNI (nor-Binalthorphimine) (200 e 400µg), foi co-administrado (25µl) com a formalina 3% (25µl) na ATM de ratas em estro e prenhas. A seguir, foram realizados grupos adicionais, que receberam o antagonista de receptor kapa (200µg) ou NaCl 0,9% (controle) 24 horas antes da administração periarticular de formalina (1,5%) em ratas prenhas, e (1%) em ratas na fase de estro. Para investigar um possível efeito sistêmico do nor-BNI, o mesmo foi administrado (200µg/ 25µl) na região da ATM contralateral a da administração de formalina (1,5%/ 50µl). Após os diferentes tratamentos, as respostas comportamentais nociceptivas sinalizadas nos animais, caracterizadas pelo ato de coçar a região orofacial (CO) e levantar rapidamente a cabeça (LC) foram quantificadas durante 45 minutos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e o teste de Tukey foi aplicado para identificar diferenças significativas (p<0,05). As respostas comportamentais utilizadas como índice de dor orofacial foram analisadas conjuntamente pela soma das mesmas. Os resultados deste trabalho mostraram que as fêmeas prenhas apresentaram uma redução estatisticamente significativa da nocicepção ao teste da formalina na ATM, em relação às fêmeas em estro. Além disso, o antagonista de receptor κ-opióide, nor-BNI, quando administrado 24 horas antes da formalina, induziu um aumento dos comportamentos nociceptivos somente nas fêmeas prenhas. O nor-BNI, quando aplicado na ATM contralateral, não alterou a resposta nociceptiva induzida pela formalina, mostrando um efeito periférico da droga. Os resultados obtidos permitem concluir que: 1) O aumento dos níveis de hormônios sexuais decorrentes da gravidez indu1zem uma redução da nocicepção ao teste da formalina na ATM; 2) a ativação de receptores κ-opióide periféricos pela liberação de agonistas opióides endógenos, está envolvida na analgesia induzida pela gravidez no teste da formalina na ATM.
ASSUNTO(S)
gravidez articulação temporomandibular dor
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000316183Documentos Relacionados
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