Envelhecer de migrantes no ambiente rural de chapecó: solo noi sapemo le cose que habemo passato" / Envelhecer de migrantes no ambiente rural de chapecó: solo noi sapemo le cose que habemo passato"
AUTOR(ES)
Fátima Ferretti Tombini
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
22/02/2011
RESUMO
No Brasil, o envelhecimento populacional é um fenômeno relativamente novo e vem sendo colocado pela área das ciências humanas e sociais como um tema contemporâneo, desafiador e heterogêneo, visto que todos os fatores que interferem no âmbito da vida do ser humano, como sua história, seu aporte genético, sua cultura, meio ambiente e a sociedade onde viveu e conviveu constituem o processo de viver e envelhecer. Historicamente, as diversas sociedades construíram diferentes representações sobre a velhice e a posição social dos velhos, bem como, sobre o tratamento que lhes deve ser dispensado. Esses fatores fazem com que a velhice se constitua com significados distintos para cada ser humano, também dependendo do ambiente, seja rural ou urbano, no qual ele viveu. Esse estudo teve como tema a velhice no contexto rural de Chapecó, no oeste catarinense e os seguintes objetivos: Compreender os significados do processo de envelhecer no contexto rural da região de Chapecó por meio dos relatos de vida de migrantes rio-grandenses idosos e descrever o processo de migrar e colonizar o oeste catarinense a partir da década de 40, segundo as histórias de vida destes colonizadores. As opções metodológicas se deram mediante a relação e o tensionamento entre o campo e o objeto de pesquisa, nesse caso, respectivamente, o contexto rural do oeste catarinense e a velhice dos migrantes rio-grandense, colonizadores dessa região. Nesse sentido, a presente pesquisa foi realizada por meio da utilização do método história oral, do tipo História Oral de Vida. Observamos que a colonização em Santa Catarina se deu motivada essencialmente pelo acesso à terra, e que as empresas colonizadoras, atendendo aos objetivos do estado, buscavam, de alguma forma, trazer ordem e progresso para territórios esquecidos por ele. Essa tarefa foi confiada aos migrantes rio-grandenses que tinham uma organização de trabalho familiar para a produção de bens, especialmente, alimentos e matéria-prima para o mercado interno. O trabalho com a terra se constituía no elemento central da organização das vidas desses desbravadores. Nesse processo de colonizar, outras populações foram excluídas, nesse caso caboclos e indígenas. Entre os significados construídos em torno de viver e envelhecer nesse território estão o trabalho, enquanto marca central da identidade do desbravador e desbravadora, a saúde, enquanto um bem necessário para viver a velhice de forma plena, a família, a vizinhança e os amigos, enquanto rede de apoio que favoreceu a permanência dos idosos no meio rural, a religiosidade, enquanto uma dimensão central da vida dos desbravadores e a necessidade de conviver com a percepção de velho que está no olhar do outro. Os idosos desse estudo viveram no ambiente rural com reconhecimento pelo progresso que trouxeram à região, o lhes confere um papel social até os dias de hoje e impregna sua vida de sentidos e significados positivos.
ASSUNTO(S)
migrantes/história grupo com ancestrais do continente europeu idoso saude coletiva aging history life aged rural population envelhecimento população rural
ACESSO AO ARTIGO
Documentos Relacionados
- Experiências associativas de trabalho em Chapecó: resistência ao desemprego ou produção social alternativa?
- CASTRO, Gilberto de. Discurso citado e memória – Ensaio bakhtiniano sobre Infância e São Bernardo. Chapecó: Argos, 2014. 158 p.
- ESTOQUE DE CARBONO NO SOLO SOB DIFERENTES FORMAÇÕES FLORESTAIS, CHAPECÓ - SC
- O problema da (in) sustentabilidade do desenvolvimento centrado na suinocultura na Microrregião de Chapecó: elementos para a discussão de um novo modelo de desenvolvimento regional
- Que migrantes são esses? A repercussão de classe