Efeitos do treinamento físico na remodelação cardíaca e no músculo esquelético durante a transição entre disfunção ventricular e insuficiência cardíaca / Effects of physical training in cardiac remodeling and skeletal muscle during the transition from ventricular dysfunction to heart failure

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/03/2010

RESUMO

Introdução: A sobrecarga pressórica imposta pela estenose da valva aórtica (EAo) progride para disfunção ventricular e Insuficiência Cardíaca (IC). Na IC ocorre Remodelação Cardíaca (RC) e mudanças dos tipos de fibras do músculo esquelético. Os mecanismos moleculares que são responsáveis pelas alterações das fibras musculares na IC ainda não foram descritos. Os fatores de regulação miogênica (MRF), uma família de fatores transcricionais que controlam vários genes músculoespecíficos, podem estar relacionados com essa miopatia. Entre os MRFs, a MyoD está relacionada com aumento do TNF-α e diminuição do IGF-I e a miogenina com o metabolismo oxidativo. Estudos têm enfatizado os efeitos do Treinamento Físico (TF) sobre a RC e músculo esquelético na IC. A hipótese deste estudo é que a IC pode alterar os MRFs e que a aplicação do TF antes de se instalar a IC promoverá melhora na RC e reverterão às alterações fenotípicas do músculo esquelético, os MRFs e seus possíveis mecanismos de controle. Objetivos: Avaliar os efeitos do TF durante a transição entre disfunção ventricular e IC induzida por EAo pela avaliação da RC e do músculo estriado esquelético. Métodos: Após 18 semanas de EAo, quando os animais apresentaram disfunção ventricular estes foram submetidos a um TF durante 10 semanas em uma esteira. A IC foi avaliada por parâmetros clínicos e a RC por dados morfológicos e ecocardiograma. Foram avaliados no músculo soleus os tipos de fibras, as miosinas de cadeia pesada (MHC), a atividade da Citrato Sintase (CS), a expressão gênica e protéica do IGF-I, MyoD e miogenina e os níveis séricos de TNF- α. Resultados: O grupo EAo28 apresentou sinais de IC (taquipnéia, ascite, trombo em átrio esquerdo, derrame pleural) e o grupo EAoTF apresentou diminuição da intensidade destes. A RC foi amenizada com o TF e ocorreu aumento da porcentagem de encurtamento do endocárdio (EAo28=40,90 ± 16,18% vs. EAoTF=52,27 ± 11,60%) e velocidade de encurtamento da parede posterior (EAo28=24,31 ± 6,05mm/s vs. EAoTF=30,96 ± 3,94mm/s). Os diâmetros sistólicos e diastólicos (EAo28=5,70 ± 1,95mm vs. EAoTF=4,03 ± 1,37mm; EAo28=9,33 ± 1,30mm vs. EAoTF=8,27 ± 1,03mm, respectivamente), as relações diâmetro do átrio esquerdo/diâmetro da aorta (EAo28=2,18±0,28mm vs. EAoTF=1,88±0,26mm) e ondas E/A mitral (EAo28=5,20 ± 3,02 vs. EAoTF=2,86 ± 2,84) diminuíram. O TF alterou o fenótipo muscular com aumento das fibras do tipo I (EAo28=8,47 ± 6,02% vs. EAoTF=13,0 ± 6,11%) e diminuição das fibras do tipo IIa no EAoTR em relação ao EAo28 (EAo28=22,08 ± 10,28% vs. EAoTF=13,95 ± 2,94%). Não houve alterações nos níveis de TNF- α, na atividade da CS, na expressão gênica e protéica do IGF-I, MyoD e miogenina na IC e após o TF. Conclusão: O TF melhorou a RC, diminuiu os sinais clínicos da IC e reverteu às alterações fenotípicas do músculo soleus, sem alterar os MRFs, TNF-α e metabolismo oxidativo durante a transição entre disfunção ventricular e IC em ratos com estenose aórtica. Os MRFs parecem não estar relacionados à modulação do fenótipo muscular e a sua reversão pelo TF na EAo.

ASSUNTO(S)

heart failure skeletal muscle physical exercises cardiac remodeling insuficiência cardíaca músculo esquelético remodelação cardíaca exercícios físicos

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