Educar para o lar, educar para a vida :cultura escolar e modernidade educacional na Escola Doméstica de Natal (1914-1945)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A pesquisa apresenta um novo olhar para a instituição escolar Escola Doméstica de Natal, tentando dar conta da multiplicidade dos atores e práticas envolvidas na escola que melhor definiam e explicavam os fenômenos daquela realidade educativa e das relações com o tempo e lugar em que estava inserida. Neste sentido, os conceitos de memória e cultura escolar foram fundamentais para a compreensão dessas práticas, porque contribuíram para fazermos uma leitura histórico-cultural do conjunto de aspectos institucionalizados na escola, como o seu currículo, finalidades, modos de ensinar e aprender, condutas, normas, enfim, o que caracterizavam a sua organização e práticas cotidianas. Sendo a Escola Doméstica de Natal uma instituição pioneira no modelo de ensino voltado para a educação feminina no Brasil, priorizamos reconhecê-la e circunscrevê-la na sua indelével contribuição à História da Educação norte-rio-grandense. Concebida por um modelo de organização escolar europeu para a educação feminina, a Escola Doméstica de Natal foi inaugurada em 1914, tendo como seu criador, o intelectual norte-rio-grandense Henrique Castriciano de Souza. Sua singularidade, divergindo das escolas femininas existentes no RN e no país naquele momento, advinha do modelo escolar adotado, que enfatizava a formação de uma mulher voltada para atender aos anseios modernos despontados com o advento da República. Esse ideário exigia, por parte da escola, a formação de um modelo de mulher em seus aspectos moral, físico, cultural e intelectual moldados nos ideais da ordem e do progresso. Essa seria uma nova forma de educação escolar que poderia favorecer a modernização dos velhos métodos de ensino, provocando o surgimento de modelos que implicariam numa nova organização pedagógica nas escolas existentes no Estado e conduziriam a cidade a novos e elevados patamares de cultura e civilidade. Estava presente, também a representação de que, com essa formação, a escola contribuiria para que a mulher atuasse na sociedade de forma mais ativa, social e ajustável ao meio. As palavras ordem, novo, civilidade, moderno e progresso circulavam e se entrecruzavam com valores arcaicos ainda arraigados e permanentes na visão da vida e na idéia de mundo de então. Assim, percebia-se a Escola Doméstica como instituição modelo, específica em sua função, que iria trazer para a cidade e, particularmente para o Estado do RN, idéias de civilidade, ordem e progresso

ASSUNTO(S)

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